Cidades pequenas precisam se preparar para o trânsito

– Alguns municípios têm alto índice de relação veículo/habitante

Muitos gestores públicos de cidades do interior, prefeitos e vereadores, não se preocupam com o trânsito; acham que isso é um problema das grandes cidades.

Não é verdade. As cidades médias e pequenas começam a sofrer seriamente com o aumento do número de veículos e em pouco tempo poderão enfrentar problemas sérios de trânsito e como conseqüência estresse, acidentes e mortes.

Um estudo feito pela Anfavea mostra que, enquanto cidades grandes, como São Paulo, têm um crescimento bem abaixo da média, quanto menor o município, maior é o aumento das vendas de carros.

Se as prefeituras não se preocuparem agora com o problema, vão deixar um problemão para o futuro: e um futuro próximo: em menos de dez anos a situação pode se transformar radicalmente.

Pra você ter uma idéia: uma cidade como Campinas, com pouco mais de um milhão de habitantes, licencia dois mil carros por mês. Sorocaba, com 580 mil, licencia todos os meses cerca de 1,2 mil veículos automotores. Outro exemplo da mesma região é a cidade de Salto, que, com seus pouco mais de 100 mil habitantes, recebe a cada mês 80 novos carros nas ruas.

Dá pra imaginar o impacto que isso pode causar se alguma medida não for tomada com urgência?

Algumas cidades têm hoje índices de relação veículos/habitantes semelhantes a cidades europeias. Veja a lista abaixo, de cidades que fazem parte do Movimento Paulista de Segurança no Trânsito, do governo estadual, e observe que Atibaia, com uma população de 141 mil pessoas, tem uma frota de 36 veículos e portanto um carro para cada 3,9 habitantes, abaixo da média nacional, que é de mais de quatro para um. Ribeirão Preto tem 2,8 habitantes por carro e São José de Rio Preto 3,6 habitantes por carro.