Crédito: CET São Paulo

Faz algum tempo, desde 2022, que os motociclistas paulistanos comemoram o impressionante número: a redução de 50%, de acidentes fatais após o uso do corredor (espaço entre as faixas de trânsito), pelas ruas e avenidas da Capital Paulista, uma prática que se espalhou por todo o País. Naquele ano foi implantada a primeira faixa azul para uso preferencial dos usuários do veículo de duas rodas, na avenida 23 de Maio (para quem não conhece São Paulo, pela avenida que muda de nome, até o aeroporto de Congonhas).

Apesar da existência de 240 quilômetros por toda São Paulo, motociclistas, motoqueiros e moto boys (as três nomenclaturas usadas popularmente para se referir aos que usam motocicletas no seu dia-a-dia), insistem em usar o aquele irritante “bibibibibibibi”, porque muitos deles ainda se sentem seguros abusando da buzina de sua moto.

Assustador

O volume de motos que circula por São Paulo, 1,3 milhões (e crescendo rapidamente) é realmente assustador, já que a grande maioria dos motociclistas, especialmente os que fazem transporte de comida ou documentos, não tem muito respeito pelas regras de trânsito. Não é incomum vermos motocicletas andando na contra mão (recentemente, em uma movimentada avenida paulistana, no bairro do Morumbi, aconteceu uma colisão entre duas motos, porque um dos motoboys trafegava na contra mão), subindo em calçadas e não respeitando o vermelho dos semáforos.

Em razão desses abusos, até mesmo os motociclistas que obedecem as regras se sentem ameaçados pelos motoboys, que trafegam em velocidades muito acima das permitidas nas ruas e avenidas. Uma jovem médica, que passou a usar moto há pouco mais de quatro meses, anda muito na faixa azul, mas teme pela sua segurança quando muitas motos estão em disparada pela faixa seletiva.

– Saio imediatamente da frente deles, conta ela, que não usa o corredor.

Crédito: CET São Paulo

Além de usar o irritante biibibibi mesmo na faixa azul, alguns usuários de motos não dão nenhuma folga para o motorista que precisa mudar de faixa, passando pela preferencial deles. Eles não seguem a orientação das placas alertando-os para que eles facilitem a mudança de faixa pelos veículos de quatro rodas. Estes, muitas vezes, são obrigados a permanecer na sua faixa, por vários metros, porque uma enorme fila de motos está passando pela faixa azul.

E não adianta dar seta com consciência, por que eles ignoram este aviso, acelerando suas duas rodas, achando que a faixa azul é exclusiva deles, quando na verdade, é preferencial.