
Depois de encerrado o ciclo de investimentos no Brasil, que culminou com o lançamento do SUV Cupê Basalt (veja matéria), a Citroën inicia um novo ciclo, que vai até 2020 com investimentos de R$ 3 bilhões, prometendo novidades ao consumidor, incluindo tecnologias eletrificadas.
Thierry Koskas, CEO da marca Citroën em âmbito global, disse que no desenvolvimento do Basalt, produto destinado ao mercado da América do Sul, foi previsto o uso da plataforma para as tecnologias eletrificadas, tanto o carro híbrido como elétrico puro. Não precisou datas, mas indicou que a marca vai entrar na tecnologia no Brasil, seguindo o grupo Stellantis, que lança um modelo híbrido fabricado no Brasil ainda este ano.
O executivo tem a missão alavancar o potencial da marca Citroën na Europa e no mundo. Ele esteve no Brasil por ocasião do lançamento do Basalt, e concedeu entrevista a jornalistas brasileiros, quando destacou a importância do País para atingir o objetivo da marca de chegar a uma produção de um milhão de unidades no mundo nos próximos dois ou três anos. Será um crescimento muito expressivo, considerando que hoje a Citroën tem uma produção anual de 700 mil carros. A expectativa é de um aumento importante com a chegada do novo modelo, uma vez que ele não substitui nenhum outro caro, mas amplia o catálogo da empresa.
Ele admitiu que a meta de crescimento é expressiva, mas explicou que marca vem apresentando crescimento na Europa e que o projeto é ampliar a identificação da Citroën com a América Latina, usando o Basalt, um produto quem foi feito para o consumidor da região.
“Todo o projeto e o desenvolvimento do carro foi feito pela engenharia brasileira, que tem conhecimento das preferências do consumidor local”. Explicou que a marca vende “o mesmo carro” em todo o mundo, mas com características dedicas à cada região. As diferenças focam nos features.
“Os gostos dos povos são diferentes. Na França, vendemos muitos carros sem roda de liga leve. No Brasil roda de ferro é malvista. A tela no painel é outra exigência do consumidor brasileiro, quanto o europeu não dá muita importância para a conectividade, além das cores: o europeu gosta de cores vivas e o brasileiro não”, destacou.
Questionado sobre a baixo valor residual dos carros da Citroën no Brasil, Thierry Koskas destacou que o valor de revenda é fruto de conceitos subjetivos, não tendo a ver com a qualidade do produto.
“O valor residual é fruto da percepção do consumidor e da confiança que ele tem na marca, da relação que a marca mantém com o mercado local”.
Lembrou que a marca Citroën, quando foi lançada no Brasil, criou uma identidade com a Europa, “um carro francês”, aspecto que trouxe valores ao produto, mas não criou uma identificação com o brasileiro.
“Hoje a Citroën não é mais uma importadora, mas uma fabricante brasileira. A confiança numa marca não se faz de repente. Ela é construída aos poucos”.