Presidente da Stellantis avalia que governo vai apoiar a reindustrialização

O presidente da Stellantis para a América do Sul, Antonio Filosa, reuniu-se hoje com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e destacou as perspectivas positivas para o desenvolvimento do país.

Principais pontos:
“A reunião foi ótima. Encontramos muita abertura junto ao ministro para falar sobre a indústria automobilística e a indústria em geral. Há forte intenção de apoiar a reindustrialização do país, para acelerar o desenvolvimento do pais. Há planos e estratégias de desenvolvimento para todas as regiões do Brasil, como é necessário em um país continental como o nosso”.

“A aprovação do arcabouço fiscal pela Câmara dos Deputados é uma sinalização muito positiva sobre os rumos do desenvolvimento e da reindustrialização. Os pontos de consenso alcançados entre Executivo e Legislativo são um marco importante, pois fundamentarão o futuro”.

“O Ministro Fernando Haddad tem uma visão de desenvolvimento da indústria que considero muito motivadora. E conversamos muito sobre investimentos, cenários de crescimento e rotas tecnológicas. Com relação especificamente à indústria automobilística, é muito promissor ter a flexibilidade tecnológica que o Brasil conquistou. Nossas alternativas tecnológicas abrangem a eletrificação, o etanol e também a combinação de ambos em sistemas híbridos, para uma mobilidade de baixo carbono. Só o Brasil tem esta flexibilidade tecnológica. E isto é um ativo muito importante”

“Não conversamos sobre o projeto de carro popular, ou melhor, sobre o carro verde acessível. Não conheço detalhes do projeto. Mas é certo que será um importante marco para o setor. A possibilidade de ampliar o acesso dos consumidores à compra do carro é positiva. Mas esta é uma receita complexa. No mundo todo, a inflação da indústria automobilística foi uma das maiores entre todos os setores produtivos. Por exemplo: o aço sofreu aumentos de preços de 30 a 45% ano sobre ano. Além disto, estamos em um momento macroeconômico global em que os juros estão elevados para conter a inflação. A receita complexa deve considerar a necessidade de facilitar o acesso ao crédito e pode incluir também algum tipo de isenção fiscal, estabelecendo, como contrapartida, o compromisso da indústria de localizar a produção. Este deve ser um programa que facilite o acesso ao veículo, mas a demanda deve ser atendida com veículos produzidos no Brasil, com fornecedores nacionais, garantindo e gerando empregos na produção e no desenvolvimento dos veículos. Seria muito negativo se a demanda fosse atendida por importação de veículos ou componentes”.

“Ainda com relação ao carro popular, a indústria deve fazer esforços de eficiência, mas sem comprometer dois aspectos essenciais: a segurança veicular e a eficiência energética com redução de emissões de CO2. Podemos simplificar alguns itens do carro, mas nada que afete segurança e emissões”.