– Concessionários já pensam em 2016. Previsão é de que as vendas caiam 18% este ano.
As vendas de carros no Brasil estão de mal a pior em 2015, nos primeiros quatro meses do ano a queda foi de 18,4%, como a Agência AutoInforme adiantou no último dia 1º,e a Fenabrave, entidade das concessionárias, confirmou nesta terça-feira (5).
Os revendedores divulgaram a previsão para este ano, que é de queda de 18%, porém, acreditam que 2015 já está perdido, sem expectativa de uma melhora substancial e já pensam em 2016:
“O setor precisa que o ajuste fiscal saia e que os outros problemas políticos sejam resolvidos para ganhar fôlego em 2016. Atualmente a expectativa de crescimento está estagnada”, comentou Tereza Fernandez, consultora econômica da Fenabrave.
A Fenabrave acredita num segundo semestre um pouco melhor, mas para que o mercado tenha uma queda de “apenas” 18%, o setor precisa melhorar nos próximos meses, com melhoria na confiança do consumidor.
A queda também afeta diretamente as concessionárias, 250 pontos de vendas foram fechados nos quatro primeiros meses do ano e 12 mil funcionários foram demitidos.
“Se nada mudar, o número de concessionárias fechadas pode chegar a 800 em 2015 e as demissões podem atingir 40 mil pessoas”, declarou Alarico Assumpção, presidente da Fenabrave.
Alarico Assumpção e Luiz Moan, que preside a Anfavea (associação dos fabricantes), concordam que o ajuste fiscal é fundamental para a melhoria das vendas
“O remédio será amargo, mas é o único jeito de retomarmos a expectativa de crescimento”, disse Alarico.
“Precisamos saber as novas regras do jogo, para que tenhamos chances de reverter a situação”, comentou Moan.
A Fenabrave também divulgou a situação de outros setores, como o de caminhões, que teve queda de 39% no ano.
“O setor de caminhões é movido pelo PIB; quando o País cresce as vendas vão bem, quando cai, o mercado acompanha”, disse Alarico
As vendas de ônibus também tiveram queda de 21,87% no acumulado do ano.
O segmento de motos segue com dificuldades, principalmente pela restrição ao crédito para motos de baixa cilindrada, que atinge o setor há algum tempo e inibe as vendas. No acumulado de 2015 a queda foi de 10,7%.
Caio Bednarski