Eles querem regras claras e previsibilidade. E questionam a qualidade do carro feito no Brasil

Marcelo Godoy -presidente da Abeifa

O novo presidente da Abeifa, associação de importadores e fabricantes de veículos, Marcelo Godoy, disse nesta quinta-feira (11/7/24) que não é contra a taxação do carro elétrico importado, mas não aceita a mudança das regras estabelecidas.

Ele disse que, assim como os fabricantes, também está preocupado com uma eventual queda da produção de carros pelas montadoras instaladas no Brasil, mas isso não justificaria a antecipação da aplicação da taxa máxima de importação aos elétricos chineses, como querem os fabricantes.
Há apenas seis meses o governo estabeleceu a taxação para carros eletrificados, que antes eram isentos, e a Anfavea, associação dos fabricantes, está solicitando a antecipação para já da taxa máxima, de 35%, prevista para julho de 2026.
“As regras precisam ser claras e com tempo para que os importadores possam se adaptar”, disse Marcelo Godoy, argumentando, ainda, que o cliente tem o direito de escolher o carro, a tecnologia que quem comprar. E fez um alerta aos fabricantes:
“Por que não estamos exportando? Será que o nosso produto não está defasado? Se o consumidor está optando pelo carro importado é porque o carro produzido aqui não o está atendendo. Os fabricantes precisam pensar nisso. A queda brusca das exportações brasileiras é resultado das dificuldades financeiras dos países compradores ou o carro fabricado no Brasil é que não está satisfazendo o consumidor?”
O dirigente destacou que a participação das marcas de carros importados filiadas à Abeifa no mercado total é saudável, foram apenas 44 mil carros no primeiro semestre, diante de um mercado e mais de um milhão de unidades, e representa apenas 23% do total dos importados (incluindo os carros trazidos pelas montadas.
Imposto seletivo
Os importadores se manifestaram contrários à inclusão dos veículos elétricos no imposto seletivo, da reforma tributária, que está em tramitação n o Congresso e também à exclusão desses modelos na isenção do IPVA, privilegiando somente os veículos híbridos abastecidos com hidrogênio ou etanol, no Estado de São Paulo.
“ignorar essa categoria de veículos no incentivo fiscal demonstra falta de alinhamento com as tendências globais e com os compromissos ambientais assumidos pelo Brasil. A exclusão dos veículos elétricos da isenção do IPVA desestimula a adoção de uma tecnologia limpa e eficiente, dificultando o avanço do mercado de veículos elétricos no país e contraria os interesses dos consumidores que buscam alternativas mais sustentáveis e dos fabricantes que investem em inovação e sustentabilidade”.