Em março as vendas e a produção de moto haviam experimentado uma queda, mas com o agravamento da crise de coronavírus em abril, o setor produziu 98,4% menos que no mesmo mês de 2019, com queda de 18,7% no acumulado do ano.

Saíram das linhas de produção apenas 1.479 unidades, contra 91.226 em abril do ano passado. Ante março último, quando foram produzidas 102.865 unidades, a queda foi de 98,6%.

No acumulado do quadrimestre, foram fabricadas 299.078 motos contra 367.986 no mesmo período do ano passado.

“A produção do segmento ficou praticamente estagnada em abril, já que 70% das fábricas de motocicletas paralisaram suas atividades produtivas como medida de prevenção e segurança de seus colaboradores diante da pandemia da covid-19”, explica Marcos Fermanian, presidente da Abraciclo.

Vendas

A queda nas vendas foi menos drástica, mas ainda assim muito abaixo do que em tempos comuns. Conforme a Abraciclo, associação que reúne os fabricantes de motos, foram licenciadas 28.246 motos em abril, o que significa queda de 69,7% sobre o mesmo mês do ano passado, quando foram emplacadas 93,3 mil unidades e de 62,5 % ante março de 2020 (75.372 unidades).

A média de venda diária foi a pior desde 2003, com 1.345 unidades em 21 dias úteis.

Mas como nem todos os Detrans estão funcionando, existe a possibilidade de algumas vendas não terem sido contabilizadas, o que resultou em um ranking de vendas por estado atípico. Quem costuma liderar é São Paulo, mas em abril, conforme a associação, o estado registrou 291 unidades e ficou atrás de Sergipe (1.036 unidades), Acre (483 unidades) e Alagoas (388).

 

Veja o top cinco dos estados que mais venderam na pandemia:

 

 

 

 

 

 

Exportações

Como não havia de ser diferente, as exportações, que já vinham em queda, despencaram 85,4% em comparação com abril do ano passado. Apenas 426 unidades saíram do Brasil contra 2.924 no mesmo mês de 2019. Ante março a queda foi de 84,4%.

No quadrimestre as exportações somaram 7.251 unidades, representando uma queda de 49,3% na comparação com o mesmo período de 2019 (14.306 unidades).

Cenário

O presidente da Abraciclo, Marcos Fermanian, adiantou que as projeções para o ano estão sendo revistas e que as empresas instaladas no Polo de Manaus precisam de alguma medida dos governos federal, estadual e municipal para minimizar os impactos econômicos da pandemia

“Estamos apresentando pleitos para os governos referente às necessidades operacionais e econômicas mais urgentes das fabricantes e também das parceiras. O andamento está em diversos estágios, em alguns casos entramos na fase de agendamento de reuniões por videoconferência”, disse o presidente.

Fermanian acrescentou, ainda, que as empresas que estão voltando a funcionar em Manaus devem seguir à risca as recomendações de higiene, distanciamento social e uso de máscaras.