– Programa desenvolvido em Alagoas tem apoio da Fundação Toyota

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O nascimento do primeiro peixe-boi no Rio Tatuamunha, em Alagoas, fruto de um programa apoiado pela Fundação Toyota, está sendo comemorado pela equipe da analista ambiental Iran Normande, responsável pelo Programa Peixe-boi na APA Costa dos Corais.

O trabalho de recuperação da vida marinha no Nordeste foi iniciado há sete anos e o novo indivíduo é filho de Aira, fêmea reintroduzida na natureza pelo próprio programa em 2009, que, no total, resgatou de encalhes e devolveu mais de 40 peixes-boi.

A proteção do ambiente inclui recifes de corais, conserva as áreas de manguezais e o habitat do peixe-boi marinho, um dos mamíferos aquáticos mais ameaçados de extinção. Há também formação de cidadãos e capacitação de profissionais na APA Costa dos Corais, que abrange três municípios em Pernambuco e dez em Alagoas.

A população desses animais na região (ocorria até o Amapá) foi diminuindo devido à caça, mas hoje os especialistas estimam uma população de mil indivíduos, o dobro do que era contabilizado há alguns anos, sinal de que o peixe-boi está em franca recuperação.

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A caça já não é tão grande atualmente, mas a alteração do meio ambiente tem prejudica a reprodução dos animais

“Hoje a ameaça não é muito mais a caça, mas a perda do habitat, especialmente os manguezais que estão sendo depredados para criação de camarões em cativeiro. Como todo mamífero a gestação do peixe-boi é demorada. São em média 13 meses e mais dois anos amamentando. Eles só atingem a maturidade sexual aos seis anos e podem viver até 60”, ensina Iran Normande.

O peixe-boi é mamífero, herbívoros, come diariamente de 8% a 13% de seu peso. Chega a pesar 600 quilos e medir quatro metros. Ele pode ficar até cinco minutos em baixo da água sem respirar. Em repouso, fica até 20 minutos.