– Reciclagem, captação de energia solar e reuso de água são as ações ambientais da fábrica da Fiat em MG
Se lixo é tudo aquilo que já não tem utilidade e é jogado fora, é também uma coisa que não existe na fábrica da Fiat em Betim. O programa Aterro Zero, um dos três pilares de sustentabilidade da fábrica, dá o destino ambientalmente correto para tudo o que não vai fazer parte dos carros produzidos ali.
A ILHA ECOLÓGICA ocupa 20 mil m2 da área da fábrica e funciona como uma indústria de reciclagem e de acondicionamento de materiais para serem entregues à empresas parceiras que farão a reciclagem.
O único material que passa pelo processo de reciclagem na própria fábrica é o isopor, usado principalmente para embalar os motores recebidos na linha de montagem.
Aterro Zero
As placas de isopor são trituradas, recebem um choque térmico e ganham peso para melhor seguir no processo de fundição do material. O formato final do isopor é granulado e ele se transforma em poliestireno, que será usado para a construção de vários produtos: calçados feminino, materiais de escritório, brindes, canetas etc. Só não volta a ser isopor. O processo reduz em 50 vezes o volume do isopor, o que já justifica o processamento na própria fábrica, uma vez que diminui drasticamente o custo do transporte para a fábrica dos reciclados. Mesmo que o material fosse levado para o aterro sanitário (o que não é proibido), a transformação do isopor em poliestireno contribuiria para o aumento da vida útil do aterro.
Todos os demais materiais não aproveitados na produção são destinados a terceiros, para reciclagem fora da fábrica. Mesmo os refugos da produção destinados à Cooperárvore – um dos projetos do programa social Árvore da Vida de moradores do bairro Jardim Teresópolis – são processados numa área externa construída pela Fiat mas administrada pela cooperativa. Ali, cintos de segurança com defeito e materiais de forração de bancos e painéis são transformados numa linha completa de bolsas e carteiras.
Programa Social Árvore da Vida
Além dos tradicionais “três erres” que simbolizam a sustentabilidade de materiais: Reduzir, Reutilizar e Reciclar – a Fiat introduziu mais dois erres, o Rejeitar e o Recuperar. O Rejeitar pressupõe uma avaliação de todo material oferecido pelos fornecedores e a rejeição daqueles que poderão gerar resíduo no processo de produção. O Recuperar prevê o uso de todo e qualquer resíduo para a geração de energia, o que garante o objetivo do projeto de dar destino zero ao aterro sanitário.
Outro pilar da sustentabilidade em Betim é a ESTAÇÃO DE TRATAMENTO, que recupera nada menos do que 99,4% da água empregada na produção e também a utilizada nos sanitários e na cozinha industrial, índice atingido em outubro de 2015 e que custou R$ 4 milhões de investimento para recuperar esses 0,4 ponto a mais. Nada mal considerando a recuperação média nesse tipo de tratamento não passa de 60%, conforme Cristiano Felix, gerente de Meio Ambiente, Saúde e Segurança do Trabalho da Fiat Chrysler para a América Latina. Ele explicou que o próximo salto na recuperação da água usada em Betim é a implantação da osmose reversa, quem vai permitir alcançar um alto índice de qualidade na água tratada.
Dois tipos de tanques – o Industrial (com água proveniente da pintura e da mecânica) e o Orgânico formam a estação de tratamento de água com sistemas de flotação e de decantação.
Recirculo de água
Há cinco anos a empresa investiu R$ 12 milhões com a implantação de tecnologias para melhorar o tratamento dos efluentes, ampliando o índice de água recirculada de 92% para 99%. Em 2014, o investimento foi recuperado com a economia de toda a água que deixou de ser captada em quatro anos.
O terceiro pilar de Sustentabilidade da fábrica de Betim é o PROJETO GIRASSOL, que testa placas orgânicas para a captação de energia solar instaladas numa frota de 25 Uno que circulam dentro da fábrica e na região de Belo Horizonte. O objetivo é captar e utilizar a energia solar no abastecimento do veículo, diminuindo o consumo de combustível.
Uma placa é instalada no teto do carro e capta a luz do sol e a energia elétrica gerada é usada para atender o consumo com o ar-condicionado, a central multimídia, os vidros-elétricos e outros sistemas elétrico do carro.
Diferentemente das placas fotovoltaicas utilizadas em casas ou centrais de geração, que são pesadas e rígidas, as placas orgânicas dos carros da FCA produzidas pelo Centro Suíço de Mecânica e Microtécnica, em Belo Horizonte, são flexíveis e colher dados em condições reais de uso.
“Com o projeto Girassol, queremos aumentar a conversão de energia solar por metro quadrado de filme, mensurar os benefícios da aplicação dessa tecnologia em automóveis para os consumidores e criar um modelo de industrialização e comercialização da tecnologia”, disse Toshizaemom Noce, supervisor de Inovação da FCA, que não faz uma previsão de quando o equipamento estará disponível nos carros da empresa.