Marcio Lima Leite fala sobre seus dois assuntos preferidos
A entrevista do presidente da Anfavea, Marcio Lima Leite, para o Jornal Gente da Rádio Bandeirantes na manhã desta quarta-feira (31/10/24) ficou centrada em dois assuntos que o dirigente da entidade – e também os entrevistadores – gostam de destacar: impostos e renovação da frota.
Em tom quase emocional, o líder dos fabricantes insistiu que a luta pela criação de um projeto para renovação da frota de caminhões no Brasil tem como objetivo apenas a segurança nas estradas, a redução dos gastos públicos com saúde (hospitais dos acidentados) e as emissões de poluentes.
“Não se trata da venda de caminhões, mas de responsabilidade social, de ética, de respeito à sociedade”, disse Marcio Lima Leite, destacando que os caminhões velhos, com mais de vinte anos “poluem 30 vezes mais do que um caminhão novo”. Criticou, ainda, o que ele chama de “incentivo do governo ao uso de veículos velho:
“Não podemos estimular a frota velha e a frota precária”, disse, em referência à lei que isenta do pagamento de IPVA dos veículos com mais de 20 anos:
“De nada adianta o Brasil fazer discurso sobre necessidade de emissões de CO2 e isentar carro velho do imposto sobre propriedade (IPTU), colocamos em risco a saúde de milhões de pessoas nas estradas”,
“Não adianta falarmos de reocupação ambiental se não trocarmos a frota circulante num projeto de inovação”, repetiu.
Explicou que não se trata de um programa de venda de caminhões, mas renovação gradual da frota, com os mais velhos sendo trocados por seminovos e assim por diante. “Estamos trabalhando para que tenhamos veículos menos poluentes e mais seguros”.
Numa nova “pergunta” de um dos entrevistadores, Marcio Lima Leite pode discorrer sobre outro dos assuntos preferidos dos fabricantes:
A “pergunta”: Os impostos incidentes sobre carros de passeio no Brasil são cruéis (isso é pergunta?), são únicos no mundo, não conheço nenhum país no mundo que tenha impostos tão altos. O que acontece no setor de caminhões?
A resposta: A carga tributária sobre veículos comerciais é mais baixa do que a de automóveis, mas muito elevada, fica em média entre 25% e 30%. E ainda temos o seguro mais elevado, tributos sobre financiamento, impostos em cascata, custos em cascata, que encarecem o preço final.
Sobre mais uma “pergunta” em relação a renovação da frota (do mesmo entrevistador), Márcio Lima Leite comemorou:
“Sua provocação é boa. Todos os envolvidos na sociedade serão beneficiados com a renovação da frota. Não se trata – reafirmou – da venda de caminhões, mas de responsabilidade social, de ética e de respeito”.
Encerrou com crítica aos juros altos, dizendo que a dificuldade do brasileiro comprar um veículo comercial não é pelo preço (“o preço do caminhão no Brasil equivale ao preço internacional”), mas pelo tamanho da parcela de financiamento, elevada por causa dos altos juros do mercado.