Texto de Larissa de Faria Ribeiro Silva, da Universidade Metodista-SP 2ª colocada no Prêmio Autoinforme Estudantes de Jornalismo

Só com produção em larga escala que o uso do carro elétrico vai vingar
Em um cenário de mudanças climáticas e busca por soluções sustentáveis, os carros híbridos e elétricos surgem como uma promessa de futuro. Mas será que eles são, de fato, a resposta para reduzir a poluição nas grandes cidades? O engenheiro de materiais Marco Colosio, da General Motors, explica que o avanço da indústria pode reduzir as emissões de CO₂ nos veículos produzidos no Brasil. A emissão de dióxido de carbono é um dos principais indicadores ambientais considerados na etiqueta Ence (Etiqueta Nacional de Conservação de Energia).
Segundo Colosio, a variação depende do modelo, do tipo de combustível, da motorização e da tecnologia embarcada. Ele lembra ainda que novos padrões ambientais no país já exigem índices mais rígidos para poluentes, e que até mesmo alguns modelos a combustão apresentam resultados melhores do que híbridos em certas versões. O engenheiro destaca que o Brasil ainda não possui uma estrutura local para a fabricação ou reciclagem de baterias, o que torna o ambiente muito dependente do exterior. Lidar com problemas da frota local, como o envelhecimento e a reciclagem, faz parte dos capítulos do Mover, programa que vai reduzir imposto de quem polui menos e aumentar exigências de sustentabilidade, torna vantajosa a reciclagem e, no futuro, uma obrigação.
Desde 2021, o debate sobre carros híbridos e elétricos vem ganhando força. Em tempos de mudança climática, a busca por alternativas mais sustentáveis para a mobilidade urbana é cada vez mais urgente. Mas será que esses veículos são mesmo a solução para reduzir a poluição? O estudante de engenharia Omar Mustafa, proprietário de um carro híbrido, conta quais as vantagens da compra, “A principal motivação foi a proposta de economia em combustível no geral”, afirma.
A vantagens da economia se esbarra na falta de produção em larga escala. “Acredito que um ou dez carros vão fazer diferença, mas uma diferença significativa só acontece se a população adotar o uso dos carros híbridos ou elétricos. Aí sim eu entendo que a gente tem um impacto positivo no meio ambiente”, completa Omar.
Apesar das vantagens, os carros híbridos ainda apresentam desafios ligados à manutenção e ao custo das baterias. “Referente ao consumo, como é um carro híbrido, ele roda, quando está em uma velocidade abaixo de 60 quilômetros, com o motor elétrico. Então tem um ganho na questão do gasto do combustível. Porém, eu percebi que a bateria do carro é uma bateria específica e não uma bateria comum. Ela é mais cara e tem um desgaste maior”, explica o estudante
Hoje, já são mais de 250 mil carros híbridos e elétricos circulando no Brasil, segundo dados da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE). Isso representa uma redução estimada de cerca de 5.200 toneladas de CO₂ por ano, valor equivalente à absorção anual de quase 237 mil árvores. Mesmo pequeno diante da frota total, esse número aponta para um caminho possível rumo a uma mobilidade mais limpa e sustentável.
Para os próximos anos, especialistas apontam que o Brasil deve avançar em três frentes principais: a expansão da infraestrutura de recarga, o incentivo à produção nacional de baterias e a popularização dos modelos elétricos por meio de políticas de redução de impostos e programas de estímulo tecnológico. Montadoras também projetam ampliar a oferta de veículos eletrificados produzidos localmente, enquanto governos estaduais e municipais discutem metas para eletrificar parte da frota pública. Com esses movimentos, o país busca reduzir a dependência externa e tornar a transição energética mais acessível à população, preparando o terreno para uma mobilidade mais limpa e eficiente nas próximas décadas.










