Idade média é de 15 anos; locação é alternativa para usar novas tecnologias

O parque de máquinas agrícolas brasileiro está envelhecido e pronto para uma grande renovação. Essa é a principal fotografia revelada pelo Panorama Setorial de Máquinas Agrícolas 2025, lançado pela [BIM]³ – Boschi Inteligência de Mercado, estudo que traça o retrato da mecanização no País. O levantamento revelou que a frota brasileira soma 1,65 milhão de equipamentos, com idade média de 15 anos, ou seja: o setor opera com tecnologia defasada.

A projeção é que em 2030 a frota avance para 1,8 milhão de unidades e os autores do estudo sinalizam para uma renovação da frota, mas consideram que isso impacta com o alto custo dos equipamentos e crédito limitado para a compra a prazo: o financiamento dependente em grande parte de bancos estatais.

A alternativa tem sido a locação. Hoje, 11% das propriedades já alugam tratores, 38% recorrem à locação de colheitadeiras e 19% utilizam pulverizadores alugados. O modelo reduz riscos, permite acesso a tecnologias mais recentes e evita o investimento na compra. Mas existe uma demanda reprimida, pois a pesquisa revelou que 55% dos entrevistados planejam adquirir novas máquinas nos próximos dois anos.

O setor já adota recursos como GPS, telemetria e agricultura de precisão, mas a expectativa é de máquinas mais conectadas, autônomas e orientadas por dados, além de cabines inteligentes, câmbio automático, sensores de solo e pulverização de alta precisão, ou seja, fazer uso da mais alta tecnologia disponível no mercado

“A modernização das máquinas agrícolas passará por sistemas inteligentes, integrados, autônomos e maior simplificação para o operador”, disse Gregori Boschi, sócio diretor da empresa BIM. A transição energética também desponta no segmento: o etanol aparece como alternativa em 19% das colheitadeiras e o biometano começa a se consolidar em tratores e pulverizadores, sinalizando os primeiros passos rumo a uma matriz mais limpa.