– Financiamento caro é o responsável pela projeção para baixo

– Com incentivos do governo, ônibus e trator ampliam as vendas

Pátio de carros – Imagem gerada por IA

O projeto Carros Sustentável, do governo federal, dá incentivo a modelos de entrada que seguem uma série de exigências, e isso tem ampliado as vendas no segmento. Novas marcas, especialmente chineses, passaram a operar no Brasil este ano, trazendo carros modernos a preços competitivos e ampliando a rede de revendas no País. O mercado colheu o resultado dessas iniciativas, com setembro batendo recorde de vendas, com 231.370 unidades licenciadas.

No entanto, o presidente da Fenabrave, a associação que reúne as concessionárias de veículos de todo o Brasil, Arcélio Jr, anunciou nesta quinta-feira (02/10/25) que as projeções de crescimento do setor foram reajustadas… para baixo!

Inicialmente projetado para um aumento de 5%, o crescimento previsto agora é de apenas 3%. Como se explica essa dissonância?

Segundo Arcélio Jr., o problema é a alta taxa de juros de financiamento, pois, como se sabe, as compras a prazo são o combustível para os negócios no varejo. Nada menos do que 43% das vendas de carros no Brasil são financiadas (5% são feitas por consórcio e 52% à vista). Assim, diante do aumento da taxa Selic e a perspectiva de manutenção em 15% pelo menos até o fim do ano, a entidade resolveu reduzir a expectativa para este ano.

No acumulado janeiro-setembro as vendas chegaram a 1.807.438 unidades, um crescimento de 3,3% sobre o mesmo período do ano passado.

Os concessionários estão comemorando, no entanto, o sucesso do setor de motocicleta, cujas vendas estão em franco crescimento e deve significar um recorde histórico em 2025, com expectativa de passar de dois milhões de unidades. Até setembro, as vendas de motos cresceram 14,4%, com 1.613.773 unidades.

 

INCENTIVOS

Os setores de ônibus e trator também tiveram uma expansão significativa. No caso do ônibus, graças ao Programa Caminho da Escola, do governo federal e no de Trator, graças também ao incentivo estatal à agricultura familiar, tanto que o segmento que mais cresceu foi o de tratores até 100HP, o produto que se adéqua à agricultura familiar.

Perceba que o imposto, do qual os fabricantes tanto reclamam, acaba voltando para a própria indústria, que, por causa deles, pode produzir e vender mais.