As vendas de carros e comerciais leves se mantiveram estáveis até esta sexta-feira (20/3/20), com algumas lojas notando a redução do fluxo de clientes, mas a maioria mantendo o número de licenciamentos, uma vez que os registros referem-se a negócios feitos em dias anteriores.
Os revendedores aguardam uma queda drástica a partir de segunda-feira, como reflexo da quarentena da população.
Para Paulo Cardamone, da Bright Consulting, a situação faz as pessoas ficarem inseguras em fazer investimento, além de terem pouca oferta, porque a maioria das concessionárias permanece fechada. Além disso, deverá haver redução de oferta por causa das paralisações da produção.
Em artigo Com Coronavírus vendas de Veículos Leves retornam a patamares pré-2019, Cardamone estima que as vendas de veículos leves cheguem a 2,610 milhões de unidades em 2020, abaixo, portanto, do resultado do ano passado (2.,659).
A paralisação das empresas de Wuhan, epicentro da disseminação do vírus Corona, já afeta fábricas na Coréia do Sul e no Japão e os efeitos chegarão no Brasil.
Para o consultor, o efeito direto da pandemia é o aumento do custo dos veículos produzidos no Brasil, uma vez que, hoje, o conteúdo importado varia de 30% a 70% do custo variável, por causa principalmente do grande volume de equipamentos tecnológicos importados.
Até a última segunda-feira (16/3/20), as vendas ao mercado interno registraram 112.185 carros vendidos, um crescimento de 8,3% em relação a primeira quinzena de fevereiro e um excepcional aumento de 42,9% sobre a primeira quinzena de março do ano passado.