Procura está maior do que no ano passado
O auxílio emergencial do governo, dado a trabalhadores informais e de baixa renda, micro empreendedores individuais e contribuintes individuais do INSS, teve papel importante na venda de motos nos últimos meses. Mas não foi só isso que fez o mercado crescer de uma forma tão avassaladora, contrariando as expectativas iniciais em relação ao período da pandemia do coronavírus. Outros fatores contribuíram para que o setor registrasse o melhor desempenho de vendas dos últimos cinco anos: o mercado teve o melhor agosto desde 2015 e setembro foi o melhor mês desde o início da pandemia, com crescimento de 6,8% em relação a agosto e de 13,1% sobre setembro do ano passado (veja matéria).
Para se ter uma idéia da situação do mercado, não é possível encontrar qualquer moto para pronta entrega. Muitas concessionárias estão com o estoque esgotado e as fábricas ainda não estão conseguindo atender a demanda por causa da paralisação da produção por quase dois meses em função da pandemia do coronavírus.
Além do auxílio emergencial, a queda drástica dos juros tem ajudado a ampliar o financiamento no setor. Os juros de 9% ao ano estão atraindo mais compradores. Outro fator de aumento das vendas é a procura por transporte individual, comportamento de parte da população preocupada com a aglomeração do transporte coletivo. O aumento da demanda por entrega de produtos em domicílio também é componente importante do aumento de vendas de motos, pois os serviços de delivery aumentaram significativamente nos últimos meses. Essa procura também é verificada no setor de motos usadas, onde as vendas cresceram 24,9% em setembro e foi o tipo de veículo que mais cresceu (veja quadro).
O mercado de motos também tem no consórcio um pilar poderoso; o sistema não foi abalado pela crise do coronavírus, pois os sorteios e lances continuaram no mesmo ritmo, o que contribuiu para a redução da oferta para os clientes. O consórcio representa 30% das vendas de motos no Brasil.
Evolução de vendas de usados
Setembro 2020/2019
Motos: +24,9%
Caminhões: + 18,5%
Comerciais Leves: +15,1%
Automóveis: +7,6%
Fonte: Fenauto