No setor de carros, vendas crescem em relação a 2020, mas longe dos volumes históricos

Mesmo com as dificuldades para a produção por falta de peças e componentes, (onze fábricas tiveram paralisações na linha de montagem) o balanço de vendas no acumulado do ano é positivo, alta de 22% em relação a janeiro-agosto de 2020. Foram licenciados 1.422.000 veículos automotores (carros, comerciais leves, caminhões e ônibus) contra 1.167.000 no mesmo período do ano passado.

Mas se as vendas de carros estão fracas, as de caminhões estão bombando: foram 13 mil unidades em agosto, melhor desempenho do setor nos últimos sete anos. No acumulado, o desempenho é semelhante, com 83,7 mil caminhões vendidos de janeiro a agosto, também o melhor desempenho desde 2014. Segundo os fabricantes, o bom resultado não é fruto apenas do agronegócio. A procura, especialmente pelos caminhões pesados e semipesados, vem de todos os setores de transporte.

Em relação à exportação, também não há o que reclamar. O aumento em dólar é de 55% sobre janeiro–agosto de 2020, com faturamento de U$ 4,9 bilhões no ano.

Embora o crescimento de vendas de carros em relação a 2020 tenha sido expressivo, o número está longe das vendas em anos anteriores: em 2019 foram licenciados 1,755 milhão de unidades e em 2018 1,633 milhão.

Em agosto foram licenciados 172,8 mil veículos, queda de 1,5% sobre julho e de 5,8% sobre agosto do ano passado.

Ano            Unidades

2018            1,633 milhão

2019            1,755

2020            1,167

2021            1,422

A produção no mês também foi fraca: apenas 164 mil unidades, 22% sobre agosto do ano passado.

Os segmentos apresentaram comportamentos distintos este ano. Comerciais leves cresceram 49%, caminhões 50% e SUVs 41%, enquanto carro de passeio teve aumento de apenas 14%.

Os carros elétricos e híbridos apresentaram crescimento expressivo, mas num patamar ainda muito baixo. Foram vendidos de janeiro a agosto 3.639 carros híbridos e 234 elétricos puros.

Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea, avalia que a dificuldade de produção por causa, principalmente, da falta de semicondutores, deve perdurar até o primeiro trimestre de 2022, com a normalização prevista para o segundo trimestre. Durante a coletiva de imprensa nesta quarta-feira (8/9/2021) Luiz Carlos mandou uma mensagem de “preocupação com a instabilidade política institucional do País”, inclusive citando a fome que passam 19 milhões de brasileiros.