Marcelo Christiansen, presidente da Abrablin e diretor da BSS explicou em live os impactos da crise no setor

Enquanto as vendas de veículos caíram 70% no período de janeiro a maio, por causa dos impactos da pandemia, o segmento de blindados conseguiu se segurar e teve queda menor, de cerca de 50%. Foi o que explicou Marcelo Christiansen, presidente da Abrablin, associação que reúne as blindadoras, e diretor da BSS Blindagens, em live feita na última quarta-feira (10/06) com Joel Leite, diretor da Autoinforme.

Em média, este mercado blinda mil carros por mês no Brasil, mas entre abril e maio, o número caiu para 500. Entretanto, conforme Marcelo, “os estoques estavam abastecidos então, mesmo com a alta do dólar, foi possível oferecer um preço atrativo para os clientes”.

Por ser um mercado de luxo, outro fator que, na observação de Christiansen, contribui para o segmento de blindados foi o encaminhamento de carros importados encomendados no começo o ano e que só agora foram levados para as blindadoras.

O impasse do preço
Apesar de encontrar seus pontos positivos para diminuir os impactos da crise pandêmica, um impeditivo para a blindagem ainda é o preço, que parte dos R$ 60 mil e pode subir de acordo com o valor do carro e a tecnologia.

“Quando você monta e desmonta um carro com alta tecnologia, corre maior risco de danificar alguma coisa e, por isso, precisa investir em mão de obra especializada, o que encarece a blindagem”, disse Marcelo.

Uma alternativa para o consumidor são os blindados usados, que oferecem preços atrativos.
O dirigente lembrou que, no caso da compra de um usado, é preciso apenas fazer uma vistoria para ter certeza de que a blindagem ainda está boa, fazer as devidas manutenções e se atentar aos prazos de garantia da concessionária e da blindadora.

Outro fator que favorece a compra de usados é a fragilidade do mercado, já que neste momento muitas pessoas que foram afetadas financeiramente estão vendendo seus carros com preços atrativos.
Marcelo destacou que o cenário de violência do País contribui para o segmento, já que muitas pessoas (normalmente com maior poder de compra) têm no carro blindado uma segurança contra assaltos e sequestros.

O pós-pandemia
Com a quarentena flexibilizada, as concessionárias de carros passaram a funcionar durante quatro horas por dia para atender os clientes, seguindo os protocolos de higiene para evitar o contágio por coronavírus. Para Marcelo, isso vai fazer com que o segmento comece a apresentar melhora em junho e já tenha números maiores em julho.

O Brasil é o maior mercado de blindagem do mundo. Em segundo lugar vem o México, mas, conforme Marcelo, o mercado concorrente ainda é cinco vezes menor do que o brasileiro.

A Abrablin tem 250 blindadoras cadastradas em todo o Brasil e destas, 70% estão em São Paulo, o que faz do estado o maior mercado de blindagem brasileiro.

A BSS é a maior blindadora do País com 9% de participação no total. No entanto, ela tem uma participação bem maior no mercado de carros de carros Premium: cada dez carros de luxo no Brasil, três são blindados pela BSS.

Kalyne Rannieri