Distribuidores refazem previsão para baixo: não haverá crescimento nas vendas

Os revendedores de veículos refizeram as expectativas de vendas para este ano. Para baixo.

Inicialmente, a previsão era de um crescimento de 4,4% nas vendas de carros e comerciais leves e de 5,3% no total do setor de veículos.

“Mas diante de tudo o que está acontecendo – disse o presidente da Fenabrave, que reúne as concessionárias de veículos, José Maurício Andreta Júnior-, se repetirmos o resultado do ano passado, já estará ótimo”, isto é, 1,974 milhão de licenciamentos.

Mas o dirigente deu um sinal: “Se acontecer em outubro o que eu estou pensando, o resultado será melhor”, sem revelar, no entanto, se imagina uma reviravolta na economia naquele mês ou se está falando exatamente do dia 2 de outubro, quando haverá eleições presidenciais. E muito menos revelou o que ele está pensando.

Andreta disse que está havendo um “descasamento” entre a indústria e a distribuição, porque as fábricas não estão conseguindo atender a demanda do mercado. Explicou que, em condições normais as concessionárias informam ao fabricante quais são os carros, versões, equipamentos e cores solicitados pelos clientes para que sejam produzidos os veículos mais adequados para a venda. Mas com a falta de componentes, as fábricas acabam entregando o que podem, provocando o descontentamento do cliente, que muitas vezes fica meses esperando o carro que quer comprar e, por outro lado, alguns modelos encalham no estoque.

Para se ter uma idéia da situação do mercado hoje, existe, segundo a Fenabrave, uma demanda não atendida de 500 mil veículos entre carros, comerciais leves, caminhões, ônibus e motocicletas.

Para piorar a situação, as financeiras estão muito criteriosas na aprovação do crédito: de cada dez pedidos de financiamento, apenas sete são aprovados.

Diante dessa situação, o consumidor não pode ter muita esperança de melhora nas condições de compra. Falta produto e o preço vai continuar subindo.

Números:

Vendas totais de veículos em junho: 315.966 unidades

Queda de 6,6% em relação a maio

Crescimento de 2% em relação a junho/21

Vendas no acumulado: 1.651.269

Queda de 3% em relação ao acumulado de 2021