– Procuradores da Fazenda revelam que 80% do imposto sonegado é destinado a lavagem de dinheiro
Em menos de três meses – desde primeiro de janeiro deste ano – mais de R$ 127 bilhões deixaram de ingressar nos cofres públicos em decorrência da sonegação de impostos, segundo levantamento do Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda Nacional – Sinprofaz, que volta a expor, nesta quinta-feira, 23, em Brasília, o painel do Sonegômetro, que denuncia a astronômica sonegação fiscal no Brasil.
A dívida dos sonegadores com a União já supera R$ 1,8 trilhão, incluindo o débito de grandes empresas com a Previdência Social (R$ 426 milhões). Enquanto isso, o governo quer a reforma da Previdência porque o sistema é “insustentável”.
Os procuradores da Fazenda estimam que 80% do total sonegado este ano, ou cerca de R$ 100 bilhões, foi destinado a operações de lavagem de dinheiro.
Segundo o Sindicato dos Procuradores da Fazenda, o Governo Federal desconsiderou a dívida das grandes empresas ao INSS ao calcular o déficit da Previdência, colocando o prejuízo na conta do trabalhador. E a entidade está denunciando “a farsa da reforma previdenciária” e demonstrando que o investimento no combate à sonegação e na cobrança dos débitos tributários poderia garantir uma seguridade social digna para os brasileiros.
“A cobrança das empresas em inadimplência com a União é de suma importância, uma vez que esses créditos integram o orçamento do Estado. É justamente o dinheiro sonegado, não declarado, que compõe o caixa dois, o qual financia ilegalmente as campanhas eleitorais”, disse Achilles Frias, presidente do Sinprofaz.