Evolução da tecnologia não tem volta: é investir ou sucumbir

O presidente da Stelanttis, Carlos Tavares, disse na semana passada numa conferência com líderes globais, que os custos impostos para a mudança da tecnologia de combustão para a tecnologia elétrica vão crescer na ordem de 50%.

Fica a pergunta: qual será o destino das montadoras tradicionais, umavez que estão sendo deixadas para trás pelas empresas de elétricos, cada vez mais valiosas: a Tesla alcançou um valor de US$ 1,2 trilhão; vende oito vezes menos e lucra 300 vezes mais do que a Stellantis, por exemplo.

As empresas conseguirão sobrevier?

Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea, disse que as todas as montadoras estão trabalhando no desenvolvimento da eletrificação e planejando redução drástica ou mesmo a eliminação dos motores a combustão.

Porém, é possível que nem todas terão fôlego para acompanhar essa evolução e concorrer com as marcas que saíram na frente, como algumas chinesas. As que não conseguirem acompanhar a evolução e oferecer produtos com a nova tecnologia a preço compatível com o mercado, vão sucumbir.

No Brasil, a expectativa é de que em 2035 pelo menos 30% da produção seja de carros eletrificados, ou seja: elétricos puros e híbridos. Segundo Luiz Carlos Moraes, no entanto, essa participação poderá quase dobrar caso haja incentivo do poder público, se o Brasil compactuar com o “cenário de convergência global no setor”. O dirigente revelou que para atender essa demanda será preciso um investimento de R$ 14 bilhões em infraestrutura, ou seja, na instalação de 155 mil postos de recarga.