Se em fevereiro houve crescimento pela ausência do carnaval, a folia que ocorreu em março interferiu diretamente na produção de carros. Foram fabricados 240.546 veículos, contra 257.039 em fevereiro, resultando numa queda de 6,4%.
A queda também é refletida quando se compara com os dados de março do ano passado: foram 267.539 unidades, 10,1% a mais que neste ano.
No acumulado, 695.730 veículos foram fabricados, também um índice negativo em relação a 2018, mas com queda de apenas 0,6%.
O ritmo lento da produção não é culpa do mercado interno, que está crescendo 11,8%, com destaque para as boas vendas de pesados. O problema é a crise econômica na Argentina, maior parceiro comercial do Brasil no setor, responsável por 75% das vendas externas no no ano passado e que neste ano responde por apenas 60%.
Portanto, mesmo lamentando a queda de vendas para o país vizinho, o presidente da Anfavea, a associação dos fabricantes, Antonio Megale, está otimista. Primeiro porque as vendas internas vão bem e depois porque o Brasil está ampliando outros mercados na América Latina, México e Colômbia, entre outros. O México já representa 13% das vendas externas e a Colômbia 10%. O setor exporta uma média de U$ 850 milhões por mês, faturamento bem abaixo do U$ 1,2 bilhão por mês registrado no ano passado.
Megale acredita que o crescimento do PIB vai ficar nos níveis traçados no início do ano, considerando que o setor automobilístico está crescendo 10%, e representa ¼ do PIB industrial. Relacionou também como sintomas de confiança os investimentos feitos por associados como Honda (inaugurou a fábrica de Itirapina), Hyundai (ampliou a produção em Piracicaba) e GM (investimento de R$ 10 bilhões nas fábricas paulistas).