Retração é maior em caminhões e ônibus; único segmento que cresceu foi o das carretinhas.
Para presidente da Anef, o problema é da economia: “dinheiro para financiar tem”
O mercado de carros e comerciais leves deve fechar o ano com uma queda de vendas em torno de 7%, isso se as previsões de melhoria se confirmarem: a tendência é de melhora do desempenho das vendas nos últimos dois meses do ano.
Até outubro, a queda em relação ao ano passado chega a 8,7%. Foram 2.951.996 unidades, contra 2.695.407 no mesmo período de 2014.
Duas recentes medidas devem impulsionar as vendas até dezembro, mas não a ponto de reverter a situação. A primeira é o acordo da Fenabrave com a Caixa Econômica e o Banco Pan, para que as instituições financeiras cobrem juros mais baixos nas operações com veículos e a segunda é a recente medida que garante a retomada do bem dos inadimplentes em prazo recorde, o que vai dar mais segurança para os bancos oferecerem crédito ao consumidor.
Mas para Décio Carbonari, presidente da Anef, a associação dos bancos das montadoras, o problema do mercado de carros não é falta de dinheiro para financiamento e nem juros altos, mas sim a economia que vai mal.
“Os bancos têm dinheiro pra emprestar e as taxas de juros estão baixas. O problema é a situação econômica que está ruim”, disse o dirigente à reportagem da Agência Autoinforme.
As baixas vendas de caminhões confirmam que o problema é estrutural. Com seus 8,7% de queda, o setor de carros e comerciais leves é o que tem o melhor desempenho nos dez primeiros meses do ano.
Em outubro, assim como os carros, os caminhões tiveram aumento de vendas, + 8,8% em relação a setembro, com 12.298 unidades licenciadas, mas no acumulado do ano os caminhões amargam uma queda de 13,26 %, com apenas 112.309 unidades vendidas.
O segmento de ônibus teve o mesmo comportamento: cresceu em outubro (+26,7%, com 3.165 unidades), mas tem queda de 12,5% no acumulado do ano. Até o segmento de implementos rodoviários está em baixa, com queda de 17,3% sobre 2013
Juntos, caminhões e ônibus têm queda de 13,1% este ano, contra 8,7% de carros e comerciais leves.
Mais uma vez, as carretinhas é que salvam o setor. O segmento cresceu em relação a setembro (+1,3%) a outubro do ano passado (+6,9%) e também no acumulado do ano: alta de 5,2% de janeiro a outubro. Pena que as carretinhas não representam quase nada nesse que é o maior PIB industrial do País.