E a falta de carro OK impede a renovação da frota

Nada menos do que 30 mil carros alugados foram devolvidos para as locadoras nos últimos meses, desde que começaram os aumentos desenfreados dos combustíveis.

O setor de locação de veículos é um termômetro eficiente dos negócios no País. No ano passado o setor comprou 360 mil carros para locação e neste ano, por causa da falta de produto no mercado, a previsão é de apenas 380 mil (foram 310 mil até setembro).

É um volume muito pequeno diante das possibilidades do setor, que segundo o presidente do Conselho da Abla, Associação Brasileira das Locadoras de Veículos, Paulo Miguel Júnior, tem potencial para comprar 800 mil unidades por ano.

Com a pandemia, a queda nos negócios em 2020 foi de 80%, com a crise atingindo principalmente os setores de turismo e negócio. As locações tiveram uma boa retomada no segundo semestre deste ano, mas as locadoras estão trabalhando com frota considerada “velha”, porque não conseguem comprar novos lotes junto às montadoras, que não estão conseguindo atender a demanda dos seus clientes.

Segundo a associação, há muito tempo a idade média da frota das locadoras não era tão alta: a média hoje é de 23 meses, antes era de 14 a 15 meses. Ora, mesmo com as dificuldades de comprar carros novos, a idade média é de menos de dois anos, ou seja, são carros em boas condições para oferecer aos clientes. O problema é que as locadoras funcionam hoje mais como revendedoras de veículos, comprando a preços abaixo da tabela e revendendo depois de pouco tempo de uso pelo preço de mercado, ganhando portanto na comercialização do carro. Daí a “necessidade” de repor constantemente a frota.