Com autonomia de até 540 km, família ID chega ao Brasil apenas para pesquisas

A família ID, com a qual a Volkswagen expõe sua tecnologia de mobilidade elétrica, está chegando ao Brasil. O presidente da montadora na América Latina, Pablo Di Si, apresentou ontem o ID 3 e o ID 4 (que, seguindo a pronuncia em inglês, a empresa vai chamar os carros de Aiditri e Aidifor – rs).

A apresentação foi feita para toda a região da América Latina, mas serão importadas poucas unidades. “Só pra brasileiro (e hispanos) ver”.

Segundo o dirigente, os elétricos alemães ficarão por aqui apenas para serem submetidos a pesquisas, as clínicas, onde os carros são expostos sem identificação de marca para conhecer a percepção e aprovação do consumidor.

Volkswagen ID.4 1ST Max

Na Europa os carros já são vendidos e, segundo a empresa, fazem sucesso, assim como nos Estados Unidos e na China.

A família de elétricos faz parte da estratégia de descarbonização da montadora, que quer neutralizar as emissões de CO2 até 2050, mas a proposta da empresa é trabalhar em três frentes, ou seja: além do elétrico, investir no híbrido e no flex.

O Golf GTE híbrido plug-in foi o primeiro eletrificado da empresa no Brasil, em 2019, que usa gasolina e álcool e a promessa é de novos lançamentos no segmento, mas Pablo de Si não revelou se no elétrico puro ou híbrido.

Digitales Cockpit des neuen ID.4 mit zentralem Touch-Display.

Marco Pavone, o jovem brasileiro que é chefe global de design da montadora, mostrou – apresentando as linhas externas dos “Aidis” – que a constituição de um carro elétrico exige uma estrutura e arquitetura totalmente diferenciada.

“Um dos desafios do projeto ID era fazer com que os modelos não se parecessem com veículos à combustão. E nós conseguimos isso de uma maneira muita especial. As rodas são grandes, a distância entre os eixos bem longa e os balanços dianteiro e traseiros curtos. Isso sem falar no design exclusivo de faróis e lanternas, que garantem tanto ao ID.3 quanto ao ID.4 características exclusivas, seja pela manhã ou durante a noite”, explicou, lembrando que outro desafio foi manter o mesmo espaço interno/conforto de um carro a combustão mesmo tendo que adaptar as baterias, que ocupam grande espaço.O ID.3 tem dimensões externas equivalentes às do Golf e espaço interno do Passat.

O carro tem várias configurações, com potências entre 145 cv e 299 cve autonomias entre 330 km e 550 km. Ou seja: ele pode rodar uma distância semelhante a que um carro a combustão anda com um tanque de gasolina. Além disso – detalhe importante – o sistema de recarga rápida permite carregar 80% da bateria em meia hora.

O carro traz tecnologias como o display com informações projetadas no para-brisa em realidade aumentada. Tanto o ID.3 quanto o ID.4 podem projetar inúmeros dados em 3D, sobre funções do veículo, recursos de segurança e até sistema de navegação.

Fica a pergunta: quando e por quanto ($) o consumidor brasileiro terá acesso aos “Aidis”?