As energias limpas avançam rapidamente, mas o petróleo ainda tem vida longa na propulsão de veículos automotores. A conclusão é de engenheiros ligados à AEA, Associação de Engenharia Automotiva, que realizou uma live nesta sexta-feira para falar da tendência setorial por eletrificação veicular e a busca da descarbonização. A discussão é saber qual o combustível mais eficiente considerando o impacto e as emissões “do poço à roda”, isto é: da origem da produção da energia até o uso no veículo.
Para Besaliel Botelho, presidente da entidade, é preciso entender que as sociedades mais avançadas, as grandes cidades europeias, estadunidenses, chinesas, japonesas, vivem uma realidade diferente de outras partes do mundo. Se há estrutura para novas modalidades nessas regiões mais desenvolvidas, isso não acontece em países periféricos e mesmo em áreas rurais de países desenvolvidos.
Assim, o motor a combustão interna tem ainda longa vida pela frente, mesmo considerando que muitas montadoras apontam um prazo bem curto (algumas menos de dez anos) para eliminar a propulsão puramente a combustão, isto é, vão optar por motores elétricos, híbridos e o uso de outras energias limpas. Ou, no máximo, o uso do motor a combustão em conjunto com motorização elétrica, os chamados veículos híbridos.
Segundo o dirigente, a dificuldade para implantar uma estrutura para uma tecnologia limpa, como a elétrica, dá oportunidade para busca de outras opções para uso no motor a combustão, caso do etanol, que é uma excelente opção no sentido de eliminar o uso de combustível fóssil e ao mesmo tempo reduzir drasticamente as emissões de poluentes, além dos combustíveis orgânicos, os biocombustíveis.
Ninguém sabe qual é o tempo que o petróleo vai se manter como protagonista, mas ele será ainda muito tempo a referência para a propulsão dos veículos automotores.