Tem muita gente trocando o carro pelo uber, ou pelo ônibus, que em muitos casos chega mais rápido e a pessoa viaja com mais conforto, sem o stresse do trânsito, sem preocupação e gasto com estacionamento (o táxi ainda é muito caro). Ou vai de metrô, se o bairro é servido pelo sistema. A população de uma cidade como São Paulo tem ainda outras opções: moto, trem urbano, bicicleta, que ganha espaço com as ciclovias e, pra quem pode, uma respeitável frota de mais de 400 helicópteros, a maior do mundo.
Tem cidade que a oferta de transporte é tão grande que a pessoa sai de casa sem saber qual é a melhor opção para chegar ao seu destino. Deveria ter um aplicativo que indicasse ao usuário qual modal (ou quais) ele deve usar: um sistema que permitiria a pessoa escolher, planejar e pagar por variados tipos de serviços de mobilidade: o usuário seleciona no aplicativo o seu destino final e o sistema gera o trajeto que será percorrido, com alternativas e combinações de vários tipos de transporte para o deslocamento.
Já pensou? Os finlandeses já pensaram e implantaram esse serviço na capital do país, Helsinki. Paris, Barcelona e Berlim também estão avaliando o sistema, chamado de Mobilidade Como Serviço.
Segundo o engenheiro Jomar Napoleão, da SAE Brasil, associação de engenharia automotiva, essa tendência é crescente em vários países e já começou a gerar mudanças de paradigmas importantes no setor de transportes: a integração dos meios de deslocamento, o planejamento de rotas, a emissão de passagens e pagamento de tarifas.
Ele só questiona a dificuldade da integração dos setores envolvidos nesse processo para que essa estrutura funcione. O desafio é superar os obstáculos
– A posse do carro: um sentimento ainda arraigado no cidadão, mas que aos poucos vai perdendo para a chance de simplesmente poder desfrutar do veículo
– A falta de infraestrutura e garantia de segurança ao usuário: a sinalização e eletrificação das vias, situações necessárias para o uso do carro autônomo, que está chegando por aí.
– A integração dos modais dos sistemas: estradas conectadas, sinalização inteligente e criação de uma linguagem que possa ser entendida por todos os atores envolvidos.
Esse debate é os tema do próximo Congresso da SAE Brasil, em novembro. “A mobilidade inteligente e a transição para o futuro”