– Marcas de luxo crescem na crise e as populares têm queda de 30%
– Renegade ganha série especial para atender cliente top
Mal chegou ao mercado o Renegade já conta com uma série especial, a Limited, pra atender um segmento que cresce em contraposição à crise, formado por consumidores de maior poder aquisitivo e que exige carros mais completos, mais equipados.
O Limited é feito em cima da versão Longitude, exatamente a topo de linha entre os modelos flex, e vem com rodas de 18 polegadas, bancos de couro, teto bipartido, sete airbags, quadro de instrumentos com tela de sete polegadas e custa R$ 7 mil a mais que o Longitude, ou R$ 90 mil.
“O mercado está puxando pra cima”, explicou um dirigente da FCA, indicando que, ao contrário do segmento de entrada, onde a crise é mais pesada, os compradores de carros topo de linha estão indo às compras e exigindo um produto mais sofisticado.
A fábrica da FCA em Goiana ajustou o mix de produção do Renegade para atender o crescimento da demanda para as versões topo de linha e a versão a diesel, cuja participação prevista era de 23%, já está em 30%.
O crescimento da versão à diesel ocorre, segundo os técnicos da FCA, porque o Renegade não tem concorrente direto: “nosso concorrentes são dois carros à gasolina, porque a diesel não existe: o Mitsubishi ASX e o Kia Sportage. Ou então as picapes médias, pra quem exige diesel”, disse um dirigente da montadora.
A empresa tem hoje 154 concessionárias e chega a 200 até o fim do ano, sendo que 45 vendem também as demais marcas da Chrysler. Em apenas cinco meses conquistou 1,2% do mercado interno, entrou na lista das dez marcas mais vendidas no Brasil deixando pra trás marcas tradicionais como Mitsubishi, Citroën e Peugeot e também colocou o Renegade entre os Dez Mais.
Os números de evolução das vendas este ano constatam a percepção dos dirigentes da FCA: enquanto as marcas que atuam na base do mercado apresentam quedas drásticas de vendas, como Fiat (-33,6%) Volkswagen
(-32,9%) e GM (-30,8%), outras que atuam no topo do mercado cresceram no período janeiro-setembro.
Mercedes-Benz (+44,3%), Audi (+40%) e Volvo (+17,4%) tiveram crescimentos, Assim como a Jaguar, que aumentou as vendas em 16,7%. A BMW um pouco menos, com aumento de 2,4% no ano, mas nada mal num período em que o mercado total caiu 20,9%.
Outras marcas de luxo, de menor volume de vendas, tiveram crescimento ainda maiores, caso da Lexus, com alta de 70,5%. A Smart (+81,3%) e a Subaru (+66%) também tiveram crescimentos espantosos.
Isso sem contar algumas marcas que entraram pra valer no mercado este ano, caso da Jeep, e de outras com números desprezíveis de venda, como a Geely. Ambas tiveram números estratosféricos de crescimento, que não devem ser considerados na comparação com as demais. Na mesma forma, algumas tiveram quedas assombrosas, como a Rely e a Shineray (veja ranking), empresas que trabalham com números ínfimos no mercado.
Com exceção da Honda, que cresceu 17,4%, as marcas de médio volume, posicionadas entre o 4º e o 13º lugar no ranking, também perderam vendas este ano, mas em sua maioria a queda foi menor do que a média do mercado, com as exceções da Citroën, que caiu 43,4%, da Peugeot, – 36,4 e da Mitsubishi, que teve queda de 25,3% no período.
As vendas da Ford caíram 7%, da Hyundai 10,3% e da Renault 19,8%. Já Toyota (-2,5%) e Nissan (-6,3%) tiveram quedas menores.
Quem ganhou
Janeiro-Setembro/2015
Class | Marca | 2014 | 2015 | % |
1º | Jeep | 1.979 | 22.746 | 1.049,36 |
2º | Geely | 86 | 481 | 459,3 |
3º | Troler | 866 | 1.647 | 90,18 |
4º | Smart | 284 | 515 | 81,33 |
5º | Lexus | 173 | 295 | 70,52 |
6º | Subaru | 730 | 1.212 | 66,02 |
7º | Mercedes-Benz | 10.202 | 14.726 | 44,34 |
8º | Audi | 8.906 | 12.439 | 39,66 |
9º | Volvo | 2.387 | 2.803 | 17,42 |
10º | Honda | 95.882 | 112.571 | 17,4 |
11º | Jaguar | 288 | 336 | 16,66 |
12º | Lifan | 3.333 | 3.700 | 11,01 |
13º | BMW | 10.718 | 10.975 | 2,39 |
Quem perdeu
Janeiro-Setembro/2015
Class | Marca | 2014 | 2015 | % |
1º | Rely | 767 | 303 | -60,49 |
2º | Shineray | 723 | 316 | -56,29 |
3º | Citroën | 41.957 | 23.736 | -43,42 |
4º | JAC | 6.804 | 4.072 | -40,15 |
5º | Peugeot | 31.561 | 20.053 | -36,46 |
6º | Chery | 6.712 | 4.311 | -35,77 |
7º | Fiat | 516.405 | 342.737 | -33,63 |
8º | Volkswagen | 422.565 | 283.234 | -32,97 |
9º | GM | 417.971 | 289.040 | -30,84 |
10º | Dodge | 2.520 | 1.778 | -29,44 |
11º | Kia | 17.562 | 12.519 | -28,71 |
12º | Iveco | 2.809 | 2.014 | -28,3 |
13º | Mitsubishi | 43.493 | 32.497 | -25,28 |
14º | Renault | 168.162 | 134.790 | -19,84 |
15º | Míni | 1.825 | 1.546 | -15,28 |
16º | Hyundai | 169.166 | 151.662 | -10,34 |
17º | Land Rover | 7.056 | 6.364 | -9,8 |
18º | Porsche | 605 | 548 | -9,42 |
19º | Ford | 216.098 | 200.852 | -7,05 |
20º | Nissan | 49.559 | 46.470 | -6,23 |
21º | Suzuki | 4.288 | 4.055 | -5,43 |
22º | Toyota | 136.001 | 132.566 | -2,52 |