Otimista com a chegada do novo hatch, segmento que a marca ainda não atuava no mercado brasileiro, o Grupo Gandini, importador oficial da Kia no Brasil, espera que o Rio seja o modelo que vai alavancar o crescimento da empresa.
Com uma previsão modesta de 2.400 unidades até o fim de 2020, acho que não deverá ser difícil alcançar a meta.
O carro chega ao Brasil 20 anos após o lançamento mundial. Vem do México, país com o qual o Brasil tem livre comércio e portanto não recolhe imposto importação.
O Kia Rio tem um visual bem conservador, diferente do seu parente Hyundai HB20, que adotou um desenho mais futurista e que despertou críticas após a reestilização. O Rio acaba sendo uma alternativa.
O carro tem o maior entre-eixos da categoria, o que dá mais espaço interno para os ocupantes e ainda tem também o maior porta-malas, com 325 litros de capacidade, desbancando o Sandero, o maior até então com 320 litros.
No interior, destaque para o multimídia com tela flutuante de sete polegadas e acabamento simples, mas bem resolvido. No painel de instrumento faltaram os medidores de consumo instantâneo e de autonomia.
Ao acelerar, você percebe uma suspensão bem equilibrada, absorvendo bem as ondulações ao rodar, priorizando o conforto.
O motor 1.6 não deixa a desejar. No rápido teste que fiz com a versão topo de linha, o carro apresentou uma boa aceleração; o motor “conversa” muito bem com o câmbio automático de seis marchas, com respostas rápidas e trocas de marchas suaves, priorizando uma tocada mais econômica.
De acordo com o Inmetro, o Kia Rio faz 7,2 km/l na cidade e 9,3 km/l na estrada com etanol, subindo para 10,5 km/litro e 13,4 km/l com gasolina, respectivamente. Como comparação, o HB20, com a mesma motorização faz 7,8/9,8 km/litro com etanol e 11,5/13,9 km/litro com gasolina.
Pena que o Rio não tenha sido lançado antes no Brasil. Chegou num momento em que o mercado oferece inúmeros e bons concorrentes. Mas com certeza o coreano vai conquistar seu espaço.
Além da versão EX, avaliada, a Kia traz a versão de entrada, a LX. Ambas com a mesma motorização, mas com diferenças de acabamento. O motor é o 1.6 aspirado, que chega a 130 cv e 16,5 kgfm de torque quando abastecido com etanol. Disponível apenas com câmbio automático de seis marchas.
Usando a mesma plataforma e motor do Hyundai HB20, o hatch da Kia tem maiores dimensões: 4,06 m de comprimento, 1,72 m de largura, 1,45 m de altura e 2,58 m de entre-eixos, enquanto o HB20 conta com 3,94 m de comprimento, 1,72 m de largura, 1,47 m de altura e 2,53 m de entre-eixos. Seu porta-malas supera o do rival HB20 em 25 litros, chegando a 325 lts.
As versões
A LX, de entrada, custa R$ 69.990,00, vem com ar-condicionado, direção elétrica, assistente de partida em rampas, controle de estabilidade e tração, vidros e travas elétricas nas quatro portas, central multimídia com tela de sete polegadas compatível com Android Auto e Apple CarPlay, câmera de ré, retrovisores com ajuste elétrico e rodas de alumínio de 15 polegadas.
A versão topo de linha EX, custa R$ 78.990,00 e traz ar-condicionado digital, bancos de couro, piloto automático, luzes diurnas em LED e retrovisores com indicadores de direção e rebatimento elétrico.
Num segundo momento a Kia poderá trazer uma versão esportiva, a GT Line. Sobre motorização, manterá apenas o 1.6, pois o motor 1.0 é exclusivo no HB20.
A Kia posicionou o novo Rio comparando as versões mais equipadas dos seus concorrentes, tornando uma briga difícil para o estreante da marca coreana: o Volkswagen Polo Comfortine custa R$ 71.560,00 e o Chevrolet Onix LTZ automático R$ 67.890,00.
Luiz Cipolli Junior