Andamos no primeiro carro elétrico com três opções de motorização
O carro elétrico já é preferência de uma parte dos consumidores em todo o mundo; há quem goste do elétrico puro, outros preferem o híbrido, sistema em que se faz uso das duas tecnologia e outros ainda dão preferência ao híbrido plug-in.
Se há demanda para todas as opções, nada melhor do que um carro que ofereça as três tecnologias ao consumidor.
Foi o que fez a Hyundai com o Ioniq, lançado no ano passado na Ásia e na Europa, e que testamos nas ruas da cidade de Goyang, na Coréia do Sul, a convite da montadora.
O Ioniq é primeiro carro elétrico do mundo com as três opções e faz parte da estratégia de sustentabilidade da empresa, que propõe baixos níveis de emissões de poluentes e alta eficiência energética.
Qual a diferença entre eles?
O elétrico puro funciona com uma bateria, que é carregada na corrente elétrica. Tem apenas um motor, elétrico, e quando a carga acaba é preciso recarregar.
O híbrido tem um motor a combustão e outro elétrico, que é carregado com a energia liberada nas frenagens e na desaceleração. O motor a combustão é usado prioritariamente, e o elétrico vai sendo carregado com as frenagens e usado simultaneamente, tudo de forma automática.
E o híbrido plug-in tem um motor a combustão e outro elétrico, mas as baterias podem ser carregadas na tomada de força, na corrente elétrica. Assim, ele permite que você use inicialmente toda a autonomia do motor elétrico e só vai fazer funcionar o motor à combustão depois que esgotar a eletricidade.
O desempenho, a forma de dirigir são semelhantes. A diferença está no resultado energético: no uso que você vai fazer das duas energias.
Híbrido
A versão híbrida do Ioniq tem motor 1.6 GDI de quatro cilindros de 105 cavalos e injeção direta, a gasolina, com 15,0 kgf.m de torque. Acompanha o motor elétrico de 32 kw (43 cv), alimentado por uma bateria de íons de lítio com capacidade de 1,56 kWh. A potência conjunta dos dois motores soma 141 cavalos e as emissões de CO² ficam abaixo de 79 g/km. O carro atinge velocidade máxima de 185 km/h.
A caixa de câmbio de dupla embreagem de seis marchas usa rolamentos de baixo atrito e óleo de transmissão de baixa viscosidade, o que leva a maior desempenho e economia de combustível.
Híbrido plug-in
A versão híbrida com tomada tem o mesmo motor 1.6 a combustão mas um motor elétrico mais potente, de 45 kW (61 cavalos) e uma bateria de íons de lítio de alta performance, que rende até 50 quilômetros no modo puramente elétrico, com emissão de apenas 32 g/km. Nessa versão, o carro pode andar apenas usando o motor a combustão, usando gasolina, ou no modo puramente elétrico, uma vez que as baterias serão carregadas diretamente na rede de eletricidade: o uso pode ser inicialmente elétrico e usar o motor a gasolina quando a bateria estiver descarregada, de forma que a opção elétrica seja sempre prioritária.
Elétrico puro
Nós andamos na versão elétrica do Ioniq. É uma sensação agradável andar num carro absolutamente silencioso e um prazer saber que você não está poluindo o ar. O carro tem um motor de 88 kW, equivalente a 120 cavalos de potência, transmissão de seis marchas e que atinge uma velocidade de 165 km/h. A bateria – também de íons de lítio – tem de 28 kWh, o que permite o motorista rodar 250 quilômetros com um único carregamento. O mais interessante da versão elétrica pura é que a bateria pode ser recarregada (em 80% da sua capacidade) em apenas 24 minutos com o uso de um carregador rápido de 100 kW. Ou seja: com uma parada pra um café (e recarregamento), o Ioniq elétrico poderia quase completar uma viagem São Paulo – Rio de Janeiro numa tacada só.
A Hyundai caprichou no visual do Ioniq e deu personalidade a cada uma das versões. O híbrido, por exemplo, tem farois bi-xenon envolvidos por luzes de posição de led e rodas de liga-leve de 17 polegadas.
Internamente tem um visual mais simples e limpo, onde foram usados materiais ecologicamente amigáveis.
O painel conta com uma tela de sete polegadas de alta resolução, que exibe velocímetro, nível de carga da bateria e nível de combustível, entre outras informações. É possível conectar o celular e controlar funções de música, telefone e navegação na tela e o sistema remoto de recarregamento mantém o aparelho com a bateria plena.
A Hyundai prospecta a venda do Ioniq no Brasil, inclusive mostrou o carro no último Salão do Automóvel de São Paulo mas a definição só ocorrerá após as decisões do projeto Rota 2030, que deverá redefinir a alíquota de impostos dos carros no Brasil. O Ioniq já é vendido no Chile e no Equador e caso seja vendido no Brasil será importado pelo grupo Caoa.
Joel Leite, de Seul, na Coreia do Sul especial para a Autoinforme