Vendas vão cair 75% em relação a maio de 2019
Com a não liberação do crédito de exportação pedido pelas montadoras ao governo, o mercado de carros não melhorou e maio vai fechar nos mesmos níveis de abril, ou seja, com menos de 60 mil unidades no total, incluindo caminhões, cujas vendas estão melhores que a de carros de passeio.
Com quase três meses de paralisação da produção, a indústria teme o início de uma quebradeira dos fornecedores que formam a cadeia produtiva, com demissão de funcionários.
Segundo Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea – a associação dos fabricantes – as montadoras conseguem segurar os empregos nas fábricas por até seis meses, mas a maioria dos fabricantes de autopeças e das concessionárias não terão fôlego para as portas abertas por tanto tempo.
O temor é que a crise alcance as mesmas proporções das anteriores.A primeira foi ainda na ditadura, em 1980, com a perda de mais de 30 mil postos de trabalho (de 154 mil para 121 mil). Em seguida veio a crise do governo Sarney, no final dos anos 1980, com mais um tombo de 20 mil postos; a crise do governo Collor, no início dos anos 1990, detonou mais 18 mil empregos e na última crise, sob os governos de Dilma e Temer, foram mais 30 mil. Grande parte dessas perdas não foi recuperada; o setor tem hoje 125 mil funcionários.
Até esta segunda-feira (25/5/20) foram vendidos 48,8 mil carros, cerca de 10% a mais do que em abril, mas a média diária não passa dos três mil carros, o que representa 30% do volume negociado antes da crise.
Em relação a maio do ano passado a queda é de 75% e no acumulado do ano é de 35%.