Presidente da Anfavea não é contra subsídio a elétricos, mas diz que setor precisa de regras claras
O presidente da Anfavea, associação de fabricantes de veículos, Marcio Leite, disse que não é contra a isenção de imposto para carros elétricos, que hoje não recolhem os 35% de imposto importação, mas considera que é preciso um planejamento da transição energética para que os fabricantes possam tomar decisões a longo prazo, como a produção local de veículos elétricos.
“Não somos contra o subsídio aos elétricos neste momento; a presença deles é importante como inovação e para o conhecimento da tecnologia pelo consumidor brasileiro. A questão que colocamos é que o Brasil precisa criar um processo de transição, para que tenhamos uma previsibilidade em relação às regras. O que está colocado hoje é que a importação é liberada sem impostos, para qualquer quantidade e a qualquer tempo. Queremos uma regra de transição, regras claras para que possamos traçar os planos de produção local. Não se pode deixar a porta aberta desse jeito.
Para o dirigente, a situação atual deixa o mercado aberto, sem que os fabricantes possam planejar seus investimentos; sem saber o que vai acontecer daqui um, dois ou dez anos.
Márcio Leite disse que a indústria trabalha com a neutralidade do carbono. “As empresas que atuam no Brasil controlam 85% da produção mundial, sabemos que precisamos acelerar o processo de descarbonização, usando a eletrificação, mas também outras alternativas, como o etanol.” Destacou que o etanol, desenvolvido no Brasil, está comemorando 20 anos e construiu uma frota de 40 milhões de veículos flex, trazendo um enorme ganho ambiental.
“Temos a maior frota do mundo com grande potencial de descarbonização”, disse o líder dos fabricantes.