– Avaliação é que mesmo com concessionárias abertas o movimento seria fraco
– Esperança dos fabricantes é que consumidor busque carro particular para fugir do transporte coletivo
As montadoras e suas redes de concessionárias estão se esforçando para oferecer alternativas ao consumidor, disponibilizando vendedores para ir à casa do cliente, assim como levando o carro para fazer teste drive.
Mas o que se observa no mercado é que o baixo volume de vendas não é causado pelas portas fechadas das concessionárias, mas sim pelo recrudescimento da demanda.
As pessoas não estão dispostas a comprar carro nesse momento de incertezas
“Quem é que, no meio da crise desse tamanho, sem saber o que vai acontecer nos próximos meses e se vai estar empregado no mês que vem, vai investir num carro se pode adiar essa decisão”, disse um diretor de marketing de uma montadora. Ele vê o momento do mercado com muita preocupação, principalmente no segmento onde a sua marca mais atua, com carros na faixa de R$ 100 mil.
“Quem pode adiar a compra, está adiando”, revelou.
A esperança é de que haverá uma forte demanda pela compra de carros logo que a situação voltar à normalidade. A expectativa é de que o medo da contaminação com o corona vírus continua mesmo depois do ápice da pandemia, o que vai provocar a redução do uso de transporte coletivo.
O medo do vírus pode provocar o aumento das vendas de carros. O fenômeno foi registrado na China, quando, no primeiro mês de vendas após o fim da pandemia, foram batidos todos os recordes de vendas, com cerca de 1,4 milhão de unidades vendidas em abril.
Outro aspecto percebido no mercado chinês, e que pode ter influência no Brasil é a tendência de procura por modelos mais baratos. Na avaliação de atores do setor, pequenos investidores, empresários, pessoas que estavam prestar a dar um up grade na compra do carro, se voltarão para modelos mais em conta.