kia_sportage_2016

O crescimento anunciado de 19,7% nas vendas de carros importados em julho não deve ser visto como uma recuperação do setor, que , ao contrário, não vai nada bem. O aumento refere-se a o mês de junho, que teve menor número de dias úteis. Se a comparação for com julho do ano passado o resultado é uma queda, e grande: – 37,1%.

Foram vendidas apenas 3.337 unidades pelas dezoito marcas filiadas à Abeifa – Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores no mês passado. O resultado amplia ainda mais a defasagem em relação ao ano passado no acumulado do ano. Agora, as vendas em 2016 (janeiro a julho) registram uma queda de 43,6% em relação ao mesmo período do ano passado.

José Luiz Gandini, presidente da Abeifa, culpa a carga tributária adicional do setor como responsável pela situação. Para ele, o imposto de importação de 35% e o dólar acima dos R$ 3,20 já se constituem em fatores regulatórios da atividade de importação, mas o IPI adicional acaba com a esperança de uma competição com os veículos fabricados no Brasil.

“Reconhecemos que a crise de confiança dos consumidores tem prejudicado a venda de veículos novos. Mas, de outra parte, no caso dos importados, se não estivéssemos contingenciados pelas cotas proporcionais sem os trinta pontos percentuais no IPI, certamente teríamos recuperado parcela importante das perdas do primeiro semestre”, avaliou.

A participação dos carros importados pelas associadas da Abeifa no total do mercado interno é de apenas 1,91%.

Entre as associadas que também têm produção nacional, BMW, Chery, Land Rover, Mini e Suzuki fecharam o mês de julho com 1.101 unidades emplacadas, total que representou queda de 14,7% em relação ao mês anterior e de 79,2% se comparado com julho de 2015, quando foram emplacadas 5.303 unidades nacionais. Enquanto, no acumulado, as cinco associadas à Abeifa totalizaram 6.328 unidades emplacadas, queda de 63% ante as 17.109 unidades (à época, sem a produção da Jaguar Land Rover) dos primeiros sete meses do ano passado.