Sempre se falou do Carro do Futuro, mas se você retomar as idéias de 40, 50 anos atrás sobre o carro do futuro, vai ver que foram quase todas um chute mal dado. Uma grande fantasia.
Porém, com o vigoroso crescimento da tecnologia na revolução digital, mais nenhuma proposta assusta, por mais disparatada, insensata que seja. Ao contrário: a reação das pessoas diante de uma grande novidade, mesmo as mais esdrúxulas, é na maioria das vezes de passividade, como se aquela inovação fosse óbvia.
Foi essa a sensação que tive quando recebi a informação de que o Carro do Futuro não terá painel de comando. Em outras épocas eu me assustaria com isso. Hoje não. Me parece razoável que o carro não tenha painel de comando num futuro bem próximo.
O motorista terá informações sobre os parâmetros do funcionamento do carro de uma forma muito diferente. A intenção dos projetistas do carro do futuro é criar condições para oferecer mais espaço no habitáculo, principalmente na parte dianteira, onde ficam o motorista e o passageiro da frente.
Outra preocupação é evitar ao máximo que o motorista desvie a atenção da pista; muitos carros mantêm hoje informações projetadas no para brisas, que é o embrião do sistema que elimina o painel de comando tradicional.
Na verdade muitos aspectos já não estão no campo do futurismo, são realidade. A informação projetada no para brisas é um sistema conhecido como “Head Up Display”, que indica que o motorista mantenha sempre os olhos pra a frente. Na aviação o sistema é banal; no automóvel começou no início do século. Do século 21. Há 15 anos, com os estudos feitos pela BMW nas pistas de corrida.
Os avanços em matéria de diodos emissores de luz (a luz de LED) permitiram a criação de informações gráficas, que são absorvidas pela mente humana com mais rapidez. O uso das cores, barras e caracteres criam uma nova linguagem mais objetiva, mais interativa.
Vários carros já oferecem o sistema “Head Up Display”,
embora nenhuma montadora se atreveu a colocar todas as informações do painel de comando no parabrisas.
O desafio vai ficar para os designers, que terão que dar uma nova cara para o carro: hoje o painel é a referência da sua personalidade do carro.
Não vai demorar muito a chegar o dia em que, ao acionar a chave, o motorista terá todas as informações projetadas no parabrisas.
O próprio conceito de futuro mudou para a geração digital. Se antigamente, quando se falada de futuro a referência era de 40, 50 anos, hoje ele pode ser daqui dez anos, em 20 ou em alguns meses.