Stellantis conta também com o etanol para reduzir 50% das emissões até 2030
O desafio da indústria automobilística no próximo período é transformar o carro em uma máquina mais eficiente, não apenas para reduzir as emissões de gases, mas também para oferecer mais segurança, autonomia e conectividade a bordo.
A descarbonização é imperiosa para que o mundo possa controlar a temperatura da Terra pois as emissões de CO2 provoca o efeito estufa e a queima exagerada de petróleo na era industrial aumentou o aquecimento do planeta.
As previsões são dramáticas caso as emissões continuem no mesmo ritmo. Nesse caso, chegaremos em poucos anos a temperatura de 43 graus centígrados na linha do equador, ou 4 graus de variação (hoje estamos com 1,5 graus de variação). Essa situação vai criar três milhões de refugiados do clima, pessoas que terão que se deslocar das regiões onde vivem por não suportar o aquecimento global. As populações afetadas serão as de países periféricos, enquanto os países mais desenvolvidos é que são os responsáveis por provocar o aquecimento do planeta. Dos 50 giga de toneladas de CO2 emitidas, 11,7 são da China, 5,7 dos Estados Unidos, 3,3 da Europa e 3,3 da Índia. O Brasil é responsável pela emissão de 1,4 giga de toneladas de CO2, grande parte (35%) pelo rebanho bovino, que é o maior do mundo e muito pouco por emissões de derivados de petróleo, uma vez que 84% da fonte energética do Brasil é renovável.
O Brasil assumiu compromissos importantes na COP 27, a Convenção das Nações Unidas sobre Mudança do Clima realizada em 20 de novembro de 2022 no Egito. O encontro reafirmou a limitação a 1,5 grau o aumento da temperatura terrestre.
A meta da Stellantis, grupo que reúne 14 marcas de carros, entre Fiat, Jeep, Peugeot e Citroën, é reduzir 50% das emissões até 2030, em relação ao que emitia em 2021.
A empresa aposta no uso do etanol para a redução das emissões, considerando, por num lado, que a cultura da cana de açúcar ocupa 1% do território nacional e todo o CO2 emitido pelos canos de escapamento dos carros que usam o etanol é absorvido pela própria plantação de cana, que, com o crescimento, capta o CO2 da atmosfera. Por outro lado, o uso do carro elétrico, de emissão zero, não pode ser considerado como solução a curto prazo, segundo João Irineu Medeiros, diretor de Compliance de Produto da Stellantis para a América do Sul
“A substituição da tecnologia de motor a combustão para o motor elétrico pode significar a desindustrialização do Brasil caso fosse feita em curto prazo”.
Irineu não vê sentido em fazer essa substituição porque o carro elétrico, pelo alto custo das baterias, atenderia apenas as classes mais abastadas. Mesmo assim, o executivo acredita numa boa expansão da tecnologia elétrica no Brasil nos próximos anos. Ele estima que em 2030, portanto nos próximos oito anos, o carro elétrico (incluindo o plug-in, mas excetuando o híbrido) vai representar 20% das vendas; considerando todos os modelos eletrificados, ou seja, incluindo os híbridos, a participação pode chegar quase à metade (46%).