– Montadora alega falta de peça de reposição da Takata para fazer o recall do Fit, City, Civic e CRV
A Honda “anunciou” o recall que fará dos modelos Fit, City, Civic e CRV para trocar o insuflador do airbag do motorista, mas se o cliente for à concessionária da marca vai receber a informação de que não há airbag disponível para o conserto.
Em caso de uma batida forte, a estrutura pode ter problemas e permitir que pedaços metálicos atinjam o interior do carro, causando lesões sérias. Mas segundo comunicado da montadora, o consumidor terá que conviver com o problema até novembro, quando o fornecedor do equipamento, a Takata, vai disponibilizá-lo para reposição.
A empresa alega que o conserto depende da disponibilidade de componentes, que, segundo ela, é de responsabilidade do fornecedor. Mas adiantou que em virtude do grande número de veículos envolvidos em vários países, não é possível suprir a demanda com maior agilidade.
“Além disso, por se tratar de um componente importado, é necessário considerar os prazos logísticos. Cabe ressaltar ainda que a distribuição do componente para toda a rede de concessionárias só pode ser realizada por transporte rodoviário, dada a natureza do material e legislação relacionada no Brasil”, argumentou a montadora, justificando a defasagem de tempo entre o anúncio do problema e o conserto.
O problema precisa ser resolvido no fornecedor para somente depois ser iniciada a fabricação do airbag sem defeito.
Segunda maior fabricante de airbags do mundo, a Takata enfrenta um problema homérico: teria 50 milhões de airbags com defeito em vários países.
“O motorista não sabia que o carro tinha problema e o usava tranquilamente, mas depois de descobrir o defeito no airbag e não ter como arrumar, ele fica sem saída”, disse o engenheiro Hélio da Fonseca Cardoso, especialista em perícia automotiva. Ele lembra que a Toyota também anunciou um recall sem ter condições de resolver o problema imediatamente e orientou o cliente a desligar o airbag do passageiro e não transportar passageiro na frente até que o conserto fosse efetivado.
“Mas no caso do airbag do motorista (da Honda) não tem jeito: para não correr risco, o dono tem que deixar o carro na garagem”, lembrou o consultor.
Situações como essa podem gerar processos por danos morais para as montadoras no futuro. Processos por lesões também podem ocorrer se o equipamento for acionado num acidente.