Chinesas ainda sofrem com o golpe tributário

– Chery e Lifan se enquadraram na legislação e cresceram, mas a maioria das chinesas sucumbiram

Depois do golpe quase mortal recebido em setembro de 2011 com a sobretaxa de 30% de IPI, as marcas importadas sem fábrica no País ainda estão patinando no mercado brasileiro. As chinesas foram as mais atingidas e a maioria delas sucumbiu, perdendo espaço no mercado e encerrando 2014 sem muita esperança de recuperação. Driblando as dificuldades, algumas chinesas, no entanto, apresentaram crescimento no ano passado, sendo que uma delas, a Lifan, foi a que mais cresceu entre marcas que atuam no mercado brasileiro, usando a estratégia de trazer os seus carros do Uruguai, que, por ser do Mercosul, não foi sobretaxado.

Com a construção da fábrica de Jacareí, a Chery passou a se enquadrar no programa Inovar Auto e se livrou do imposto extra, o que lhe garantiu aumento das vendas em 2014 e a Rely, manteve o volume de vendas (um pequeno aumento de 5%), mas numa base que não chega a 1000 unidades no ano.

A Hafei foi a que mais perdeu, com vendas diminuindo 64,5% em relação a 2014. Na mesma situação, com queda de 47,3% está a JAC, que a partir deste ano vai investir num segmento superior, com o a chegada do utilitário esportivo T5, reduzindo o entusiasmo no segmento dos carros pequenos, onde a concorrência com as fábricas estabelecida o Brasil é grande e desigual.

A Jinbei e a Shineray também foram muito prejudicadas. A primeira viu suas vendas caírem 27,4% e a segunda sofreu queda de 21,4%.

O impacto do IPI extra foi decisivo para a queda de vendas dessas marcas chinesas. O carro com motor até 1.0, que pagava 7% de imposto sobre importação, após a mudança na legislação, no segundo semestre de 2011, para receber o Inovar-Auto, esse mesmo carro passou a pagar 37%.

E essa medida é valida para todas as motorizações, que já pagavam mais impostos, motor 1.0 até 2.0 flex, aumentou de 11% para 41%, motor 1.0 até 2.0 gasolina, subiu de 13% para 43% e os motores acima de 2.0, viram seus impostos passarem de 25 para 55%.

Lifan, Chery e Rely foram exceções. A primeira aumentou suas vendas em 136,5% e a Chery vendeu 18,3% a mais (veja tabela)