Governo deveria reduzir impostos e subsidiar o transporte coletivo, reduzindo o transporte individual e melhorando a mobilidade

Incentivo ao transporte coletivo

Quando o cinto aperta, a indústria automobilística apela para o governo, pedindo a redução de impostos, alegando que a taxação dos veículos é muito alta e ameaçam deixar o Brasil caso não obtenham subsídios que permitam o aumento de produção e venda no mercado interno.
Mas a comparação é com países que pagam menos impostos, ignorando os que têm uma taxa maior. Ora, se é verdade que o imposto no Brasil, em geral, é muito maior do que nos Estados Unidos, Alemanha e Japão é também verdade que é menor que países como muitos outros países. Segundo o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário, o IBPT, no Brasil, a carga tributária (em geral) equivale a 35,13% do PIB. Na Áustria é 42%, na Itália é 43% e na Dinamarca é 48%.
O imposto é alto? Sim, muito alto, não há quem goste de pagar imposto, mas se 35,27% de carga tributária para o carro (de entrada) é muito alta, que dirá para produtos de mais necessidade? Como justificar a redução do imposto para carro se uma pizza paga mais, ou 36,5%, conforme o IBTP? Pizza de “entrada”, de muçarela!
Panela de cozinha (45,8%), caneta (49,9%) e apontador escolar (43,2%), Chuveiro (48,2%), geladeira (46,2%) e muleta (39,6%) são alguns itens que recolher uma taxa tributária maior do que o carro.
Em vez de criar uma nova categoria para um pretenso “carro popular”, que de popular não tem nada – uma vez que menos de 1% da população pode comprar esse produto, mesmo com essas facilidades – o governo deveria incentivar e subsidiar o transporte coletivo, facilitando a vida de quem precisa usar ônibus e metrô e é obrigado a gastar quatro, cinco horas do dia para o descolamento entre sua casa e o trabalho. E assim reduzir o volume de carros particulares nos centros urbanos, melhorando a mobilidade e reduzindo aa emissões de poluentes.
Alguns produtos que pagam mais que carro
Fonte: Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT)
Carro (de entrada) – 35,27%
Pizza entrada: muçarela – 36,54%
Perfume (de entrada) nacional – 69,13%
Cachaça (de entrada) 51 – 81,87%
Moto (de entrada) 125cc – 52,54%
Panela (de entrada) – 45,77%
Caneta (de entrada) – 49,95%
Apontador – 43,19%
Microondas – 59,37%
Patinete – 52,78%
Pilhas/Baterias – 51,80%
Muleta – 39,59%
Chuveiro – 48,23%
Geladeira – 46,21%
Óculos – 45,31%
Bicicleta – 45,93%
Liquidificador – 43,54%
Shampoo – 44,20%
Tênis Nacional – 44,00%
Agenda escolar – 43,19%
Borracha escolar – 43,19%
Termômetro – 38,93%
Maiores cargas tributárias