De olho na hora da compra
Muita gente vê uma boa oportunidade comprar um carro usado com kit de gás. De fato, o custo do combustível é bem inferior ao da gasolina ou o etanol, mas se a manutenção não for bem feita, o uso do gás por tempo prolongado pode afetar o funcionamento do motor.
Só é vantagem instalar um kit de gás se a pessoa rodar muito com o carro, se tiver, por exemplo, um uso profissional. Com o uso casual, ou seja, uma quilometragem média entre 12 mil e 15 mil por ano, o investimento da mudança de combustível só se paga após três anos ou mais, se considerarmos o investimento no kit e na instalação (entre R$ 5 mil e R$ 6 mil), e a economia com o combustível que o dono do carro vai fazer nesse período. Mesmo com o uso intensivo, o investimento vai levar pelo menos 1,5 ano para ser amortizado.
Se a manutenção for malfeita o uso contínuo do gás pode prejudicar o motor; o gás resseca as válvulas, o pistão, os anéis; é preciso trocar as velas mais constantemente, assim como a bobina e os cabos de velas e sempre usar gasolina para dar a partida para só em seguida acionar o gás, o que muita gente não faz.
Portanto, na hora de comprar um carro usado a gás, leve em conta todas essas questões e saiba que esse tipo de carro é bem mais desvalorizado que o modelo flex. Um carro a gás vale no mercado pelo menos 20% menos do que o mesmo modelo flex. Assim, na hora da compra, fique esperto. Diante dessa situação de depreciação acelerada, muita gente retira o kit a gás na hora de vender, por isso cheque se o carro que você vai comprar não tem sinais de ter sido usado com gás.
Exceto por uma necessidade extrema e colocando os prós e contras na balança, o melhor mesmo é fugir dessa tranqueira.
No fim da vida, Gol volta ao topo
O Gol é o carro mais vendido no Brasil. Não, essa não é uma notícia velha. Estamos falando de julho de 2022. Isso mesmo: o velho Gol, desenganado, prestes a sair de linha, com seu motorzinho 1.0, pelado, trazendo somente o indispensável para sobreviver – airbags frontais, freios com ABS, direção hidráulica, ar-condicionado e retrovisor do lado direito (rs), itens obrigatórios por lei.
Esse é o retrato do mercado brasileiro, que passou a se dedicar à produção de carros caros e deixou o consumidor de entrada sem opções. O Voyage (que também teve vendas expressivas em julho) e o Gol estão dando os últimos suspiros, já que não podem atender as novas normas de emissões do Proconve L7. E mesmo custando valores exorbitantes – R$ 74,8 mil e R$ 85,7 mil, respectivamente – estão sendo procurados; é o que resta ao consumidor de entrada. E por enquanto!