Estudo revela que alguns veículos comerciais perdem menos de 15% após três anos de uso
Até pouco tempo, o negócio com veículos usados era desprezado pelas concessionárias e as próprias montadoras não davam importância para o segmento. Mas de alguns anos para cá, a rede de revendas passou a olhar com mais cuidado esse negócio, que movimenta uma enorme fortuna, resultado das transferências de mais de um milhão de unidades por mês. Só no setor de veículos comerciais foram negociadas 265.626 unidades de janeiro a outubro (veja quadro abaixo) e o segmento teve uma queda de apenas 13,3% em relação ao mesmo período do ano passado, enquanto a queda do setor se usados como um todo foi de 18,8%.
As concessionárias de veículos comerciais não trabalhavam com usados porque, para manter um estoque razoável, seria preciso muito capital de giro, pois o seminovo tem um alto valor. Por outro lado, o caminhão seminovo passou a ter muita procura, para atender os motoristas autônomos e pequenos frotistas, que optam pelo usado para não investir muito dinheiro no OK.
Afinal, um caminhão de R$ 300 mil com uma depreciação de 20% cai para R$ 240/250 mil, é um investimento pesado para a concessionária.
Mas aos poucos o setor percebeu que se tratava de um negócio de vulto e algumas marcas iniciaram projetos para sustentar a rede. A Volvo foi a primeira que percebeu o espaço para trabalhar esse mercado e há cerca de sete anos iniciou um plano para ajudar a rede a comercializar o usado.
Criou uma linha de crédito e incentivou a venda de caminhões usados. Foi uma experiência positiva, que acabou elevando o valor do usado.
Em seguida, outras montadoras entraram no negócio, incentivando a rede a trabalhar o segmento, como a Volkswagen-Man, a Mercedes-Benz e a DAF, entre outras.
Mas trata-se de um negócio incipiente, ainda não consolidado, um tipo de operação ainda muito fraca.
Em suma: a operação com usado exige grande capital de giro, mas por outro lado, trata-se de um grande negócio a ser ainda explorado, pois a procura por veículos com três, quatro anos de uso é grande.
Esse quadro – somado à pequena oferta em comparação com o mercado de carros de passeio – faz o veículo comercial usado ter uma boa valorização no mercado, tanto os utilitários de carga como os caminhões pesados.
Os índices de depreciação registrados no Estudo da Autoinforme, que definiu o Selo Maior Valor de Revenda 2020 mostram que os veículos comerciais usados tiveram uma ótima valorização. Muitos deles com uma depreciação abaixo dos 15% depois de três anos de uso.
Evolução de venda de usados por segmento