O sistema eletrônico de estabilidade já salvou 15 mil vidas na Europa, mas no Brasil só 57% dos carros têm o equipamento
Cada vez que surge uma tecnologia que melhora a segurança de motoristas e passageiros nos veículos automotores o mundo comemora, e com razão, pois os acidentes e mortes no trânsito matam mais do que muitas doenças; Segundo o “Global status report on road safety” mais de 1,35 milhão de pessoas perdem a vida todos os anos em decorrência de acidentes de trânsito, ou seja, uma morte a cada 24 segundos.
Assim, o consumidor fica ansioso para ter no seu carro as novas formas de proteção da vida e neste momento está comemorando a invenção do ESC, o sistema eletrônico de estabilidade criado pela Bosch há 25 anos.
O equipamento monitora a trajetória do carro e impede que o motorista perca o controle da direção em situações de risco, como curvas, desvios bruscos e pisos irregulares.
É capaz de reduzir acidentes fatais em 43% e é considerado o segundo equipamento de segurança mais importe no carro, atrás apenas do cinto de segurança.
Segundo a Bosch, o sistema já salvou mais de 15 mil vidas e equipa 82% dos veículos produzidos no mundo.
Pois é, mas no Brasil – que tem um dos maiores mercados do mundo, onde a maioria das montadoras globais está presente (40 marcas) e onde os fabricantes têm uma das maiores margens de lucro do mundo – o ESC ainda é um equipamento para poucos.
Pouco mais da metade dos carros vendidos no Brasil tem o sistema: exatamente 57,6% conforme dados da Jato referente ao primeiro semestre de 2020. Outros 6,5% oferecem o equipamento como opcional e 35,9% dos carros – o equivalente a 370 mil unidades vendidas este ano – não podem contar com o sistema eletrônico de estabilidade nem mesmo como opcional.
Ou seja, 25 anos depois, o equipamento, que salvou 15 mil vidas somente na Europa, é proibido para grande parte dos consumidores brasileiros.
“O desenvolvimento do programa eletrônico de estabilidade foi um marco na busca pela visão zero, que visa o fim das mortes nas rodovias”, disse Harald Kroeger, membro do conselho de administração da Bosch mundial.
A empresa tem aprimorado continuamente seu sistema anti- derrapagem e já produziu mais de 250 milhões de unidades. A Bosch considera que “é inconcebível um carro moderno não ter este sistema eletrônico”.
O ESP atua em piso molhado, escorregadios, ao desviar de obstáculos inesperados, como animais na estrada ou até mesmo ao fazer uma curva brusca e fechada. Com ele até 80% de todos os acidentes por derrapagem podem ser evitados.