– Estudo da Abraciclo diz que bicicleta pode ser a alternativa para o transporte urbano
O uso de bicicletas como transporte no Brasil é um tema muito questionado, pela falta de infraestrutura, além da falta de cultura do uso da bicicleta. Atualmente, em muitas cidades brasileiras está acontecendo um movimento de apoio aos ciclistas, com a implantação de ciclovias, ciclofaixa e ciclorotas.
O setor luta por verbas voltadas para a mobilidade urbana, pois quase todas as obras de melhoria no trânsito das grandes cidades são realizadas em prol dos carros, esquecendo que o investimento para o uso das bicicletas é muito mais barato e ajudaria a melhorar o fluxo do trânsito.
A Abraciclo, associação dos fabricantes de veículos de duas rodas, divulgou nesta quarta-feira (15), um estudo que defende a bicicleta como alternativa para a mobilidade urbana.
Alguns pontos relevantes defendidos são: a criação de infraestrutura para a bici, a redução do índice de acidentes (com bicicletas é infinitamente menor), a implantação da “cultura da bicicleta”, fazendo com que a população respeite mais os ciclistas, apoio de políticas direcionadas à ampliação da infraestrutura, maiores verbas para as ciclovias, entre outros.
Outros dados interessantes são os esclarecimentos de alguns pontos que são considerados “negativos” para o uso da bicicleta. Por exemplo, o raio de circulação limitado. Isso, porém, pode ser facilmente modificado com a integração da bici com metrô, ônibus e trem, criando bicicletários nas estações e vagões que possam transportar bicicletas, entre outros.
Outro ponto muito questionado é a exposição às mudanças climáticas e a poluição, coisa que pode ser reduzida com o uso de roupas especialistas. A vulnerabilidade do ciclista no trânsito também é intrigante, porém, com a implantação de vias exclusivas, esse ponto já é esquecido.
Diante da divulgação do estudo, esclarecendo pontos questionáveis e apresentando as necessidades do setor para que o uso das bicicletas vire uma cultura nacional, a Abraciclo e outras associações ligadas ao tema, esperam que ocorra um apoio maior para este assunto.
Mercado de bicicletas no Brasil
O mercado nacional de bicicletas sempre esteve dividido em quatro segmentos (lazer, esportes, brinquedos e transporte básico), porém, com a construção de ciclovias surgiu o segmento de mobilidade urbana, que traz as bicicletas desenvolvidas com tecnologia, componentes e desenho específicos para isso.
Neste segmento encontramos muitas tecnologias de primeira, como biclicletas de carbono, de alumínio, dobráveis, para que sejam transportadas de maneira simples e prática.
Essas bicicletas são especiais para quem quer deixar o carro em casa e sair pedalando, pois os projetos são desenvolvidos pensando no uso dentro das cidades, com peças mais leves, algumas contam com até 36 marchas, o que facilita a vida do ciclista.
Vale destacar que o mercado também oferece as bicicletas tradicionais, mais pesadas, que contam com menos marchas mas também podem ser usadas como transporte. A Míni Cooper, marca de carro premium, já aposta neste segmento também, oferecendo bicicleta dobrável em seu portfólio.
As dobráveis também têm peso reduzido, o que ajuda no transporte e facilita o acondicionamento em casa e no trabalho.
O Brasil é quarto maior produtor de bicicletas do mundo (4,2 milhões de unidades por ano), ficando atrás apenas da China (85 milhões), Índia (12 milhões) e Taiwan (4,5 milhões).
Caio Bednarski